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Cerca de 230 milhões de crianças vivem, neste momento, em zonas de conflito, o que está a comprometer seriamente a educação e bem-estar destes jovens.
Na Faixa de Gaza, mais de 12 mil crianças perderam a vida nos últimos seis meses, um número chocante que ultrapassa as perdas de todas as guerras nos últimos quatro anos. Aliado a estes dados, 87% de todos os estabelecimentos de ensino foram danificados ou destruídos na Faixa de Gaza, de acordo com a UNICEF.
Este fim de semana irá decorrer a Cimeira da Paz, que contará com a presença de 107 países e organizações internacionais. Esta será, por isso, uma grande oportunidade para defender os direitos destes jovens, e o Estado português tem de estar na linha da frente desta defesa. É hora de condenar veementemente toda forma de violência e abuso contra estas crianças e jovens, e exigir o pleno cumprimento da IV Convenção de Genebra.
Enquanto país democrático e desenvolvido que somos, devemos conceder proteção temporária aos jovens estudantes, atribuindo o estatuto de estudante em situação de emergência. É ainda extremamente importante alargar o apoio social no ensino superior a estudantes refugiados, criando um enquadramento legal para estudantes palestinianos, semelhante ao que foi criado para os ucranianos. Devemos, por fim, auxiliar os países afetados a garantir a educação para todos jovens, apoiando a construção e reconstrução de estabelecimentos de ensino em zonas afetadas por conflitos armados.
Temos de nos comprometer com a paz e com o direito inquestionável à educação. Temos o dever moral de agir agora.