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Os protestos pró-Palestina que incendiaram os campi universitários nos EUA cruzaram o Atlântico. Estudantes de Cambridge e Oxford criaram os seus próprios acampamentos de “zona de libertação” e surgem cada vez mais protestos em universidades por todo o Reino Unido.
Até agora, os protestos têm sido em grande parte pacíficos e, em comparação com os americanos, de menor escala.
É notável que, perante a passividade da realpolitik, são as gerações mais jovens e instruídas a adotar como sua uma causa que devia ser global: o respeito pelos direitos humanos, a promoção da paz e a ação contra genocídios ou formas extremas de violência contra populações civis.
Sejamos claros: o combate ao terrorismo e a defesa de Israel são direitos legítimos, assim como a luta contra o Hamas e demais formas de combate ao radicalismo Islâmico são atendíveis. Mas o que se passa em Gaza, e agora em Rafah, há muito que ultrapassa a guerra contra o terrorismo. Não podemos permanecer calados perante a passividade global face a esta tragédia.
Deve ser por isso reconhecida a consciência social, coletiva e ativista dos estudantes que, uma vez mais, surge primeiro nos Estados Unidos. Em Portugal, os estudantes estão sensíveis com o problema e solidários com o povo judeu, que sofreu e continua a sofrer ataques terroristas e que ainda tem vítimas reféns. Mas não podemos ser indiferentes ao sofrimento civil do povo palestiniano. É fundamental parar esta guerra e recuperar uma agenda de conversações que recupere a paz.