Muito se tem falado da fragmentação da Direita política portuguesa, do aparecimento de novos partidos e até de uma crise. O precipitar de eleições pode à primeira vista indicar que no quadro até agora pintado, não há hipótese de alteração ao nível governativo. Na minha opinião, nada mais errado.
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A crise política e consequente dissolução da Assembleia da República é responsabilidade exclusiva do PS, do PCP e do BE. A famosa geringonça não aguentou a pressão dos diversos interesses partidários e partiu-se. Os partidos sobrepuseram-se ao país e o Governo caiu. Todos compreendemos isto e todos teremos isto em conta na hora de votar. Este é um facto que nem com artes hipnóticas António Costa conseguirá alterar.
Por seu lado, o PSD, que se encontra numa disputa interna, tinha à primeira vista dificuldades acrescidas para se apresentar a eleições na sua máxima força. Porém e com um golpe de asa e muita responsabilidade por parte das bases do partido, condensou os calendários e vira o discurso eleitoral interno para fora. O PSD vai ocupar o espaço mediático durante o mês de novembro com as suas eleições e de dezembro com um congresso de consagração de um líder, que se espera novo.
Com frontalidade, a expectável eleição de Paulo Rangel é um volte-face na política portuguesa. O ainda candidato já trabalha num programa eleitoral, já está no terreno e começa já a acordar o gigante, adormecido por Rio, o PSD.
O partido tem eleições, mas o seu foco está já em 30 de janeiro, nas legislativas e no país. A alternativa está a nascer, é real e confiável.
Portugal precisa de se ver livre do Governo mais trapalhão de que há memória e de ter respostas claras para os problemas concretos. Paulo Rangel e o PSD querem devolver a ambição aos portugueses, mostrar que o nosso sonho de um país mais próspero e justo é possível, é real.
O PSD acordou, a alternativa existe e o futuro que desejamos prepara-se já hoje.
*Engenheiro autarca do PSD