SMO? Era o que mais faltava
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Os jovens portugueses enfrentam uma realidade preocupante, perderam 30% de poder de compra desde 2010, saem de casa aos 30 anos e 30% deles emigraram, perante a impossibilidade de construir o seu próprio projeto de vida em Portugal.
Na mesma semana em que foi criado o novo Ministério da Juventude, exprimindo a necessidade de prioridade política por esta que é a primeira geração a viver pior do que a anterior, alguns propõem medidas regressivas. Serviço militar obrigatório (SMO)? Era o que mais faltava. Em 2024, numa democracia como a portuguesa, é inaceitável obrigar os jovens a abdicar da sua liberdade individual por meio da coerção estatal. E não, contrariamente ao que alguns alegam, a juventude não está “alienada”.
A juventude precisa de esperança, precisa de um salário digno e de casa a preços acessíveis. Precisa de conseguir construir o seu próprio projeto de vida em Portugal. Não precisa de retrocessos, nem vale a pena equacionar. “O processo de desenvolvimento e preparação para a sociedade”, isto é, a literacia cidadã, não se faz com a passagem obrigatória pelas Forças Armadas. Faz-se através da educação, nas escolas e faculdades, faz-se através do investimento na escola pública e no Ensino Superior. A educação, em todos os seus níveis de ensino, é a chave para uma sociedade melhor, mais justa, com melhores cidadãos, mais capacitados e mais esclarecidos.
Perante a ameaça do ditador Putin, é crucial reconhecer e valorizar aqueles que, por escolha própria, servem a Nação através das Forças Armadas. É necessário fortalecer a carreira militar, capacitar e reter indivíduos altamente qualificados e especializados. O serviço militar não pode ser visto unicamente como uma missão patriótica, deve também ser uma opção profissional atrativa.