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2024 está a acabar. No Mundo, não será de boa memória, marcado pela tensão política global, pelas guerras na Ucrânia e Palestina, pela tragédia de Valência e a interrogação nos EUA com o regresso à Casa Branca do imprevisível Donald Trump. Já no plano interno, 2024 salda-se como ano de mudanças importantes, conquistas com significado, mas também de expectativas e dúvidas que suscitam um olhar para lá do cair do pano. Elejo de seguida as “minhas palavras” de 2024.
: as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril foram (estão a ser) um tónico de memória e debate coletivos, envolvendo atores históricos e novas gerações. Do Norte ao Sul, do litoral ao interior, reavivou-se Abril e as suas causas: democratizar, desenvolver e regionalizar… Venham mais 50!
: a reforma adotada em 2023 entrou em vigor em 2024. A CCDR-Norte é hoje uma instituição mais relevante, mas é necessário resolver equívocos, prosseguir a descentralização e a organização regional e incrementar a legitimidade regional dos órgãos. O país não pode desistir de um Estado próximo e de confiança!
: Portugal está comprometido em avançar! Esteve bem o Governo ao definir a ligação Vigo-Porto-Lisboa na primeira linha de prioridade, mas também ao assumir que é preciso vertebrar o litoral com o interior, através da ligação Porto-Bragança-Zamora. É preciso não perder o futuro de vista e dar passos concretos nesse sentido.
: a democracia portuguesa continua a dar provas de resiliência. Depois da interrupção abrupta de uma maioria absoluta, a pujante participação eleitoral “elegeu” um novo Governo. A sua margem mínima é sempre uma mensagem, mas que não exprime nem vontade de inação nem um apelo à instabilidade.
: respirámos de alívio. A voz do Norte confirmou a sua viabilidade (e transmissão empresarial). Os tempos são muito difíceis e é preciso que todos assumam responsabilidades, sem tibiezas. Temos na comunicação social um pilar fundamental da democracia e da coesão territorial.
: prossegue o seu trajeto de especialização mais inovadora. Em 2024, ficamos a saber que o setor automóvel (que enfrenta fortes incertezas) conquistou o pódio nas exportações regionais, o que confirma mais tecnologia na nossa indústria. Faz falta um modelo regional de governação. Não obstante, o Norte continua a crescer e a puxar pelo país.
: a sua aprovação é uma boa notícia para a estabilidade, mas também para o crescimento e a aplicação dos fundos - do PRR e do Portugal 2030.
Um feliz Natal aos leitores!