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Confesso desconhecer qual é a prática adotada hoje em dia por um professor caso seja confrontado com um aluno a mascar uma chiclete na sala de aula. Aconselha-o a deitá-la ao caixote do lixo ou ignora o ato?
As circunstâncias podem ditar a tomada de decisão. Muitas vezes, o problema não reside no ato de mascar, mas sim no destino da pastilha elástica. Outras vezes, o momento pode determinar o consentimento. Por exemplo, estudos realizados em França concluíram que mascar chicletes durante uma prova ou exame reduz a ansiedade e estimula o cérebro, ampliando a circulação sanguínea.
Portanto, poderemos estar perante uma questão de bom senso. Numa sociedade saudável, diria que a decisão tomada pelo professor será sempre a melhor. É quem conhece o aluno e o contexto.
É exatamente o mesmo princípio que deveria ser seguido para o uso de telemóveis na sala de aula e abandonarmos a eterna discussão sobre usar ou não usar smartphones nas escolas. As opiniões dividem-se e nunca haverá consenso nesta matéria.
Há já uma série de países que estão a avançar para medidas proibicionistas. Felizmente, não é o caso de Portugal. O Ministério da Educação mantém a decisão nas mãos dos estabelecimentos de ensino.
O uso de telemóveis na sala de aula não é um problema das escolas. É um problema de educação e é este que tem de ser resolvido.
Num mundo já sem fronteiras online e offline, afastar o smartphone da educação é ignorar a realidade. Importante é que os alunos saibam lidar com as ferramentas e evitar que as mesmas se tornem nas suas piores inimigas. E aqui, sim, a escola tem um papel a desempenhar, quer na literacia, quer no combate ao cyberbullying, às fake news ou à própria dependência online.