As eleições de domingo sofrem de um paradigma estranho em democracia, a ideia de que Marcelo já ganhou! Mas será que já ganhou? E mais, será que a força com que sai é irrelevante?
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Penso que não é. Observo, atentamente, o posicionamento de muitos que, mesmo ideologicamente bastante próximos, têm uma linha de pensamento de: "não voto em Marcelo"; "ele levou o Governo ao colo"; "vou votar antissistema". Em parte, compreendo, mas não partilho esta ideia.
Portugal atravessa o pior período da pandemia e os tempos que virão a seguir não serão economicamente e socialmente de menor agonia.
O Governo e o primeiro-ministro já nos mostraram não estar à altura dos acontecimentos. Será preciso muita força, liderança e empatia para dar a volta por cima.
E hoje, Marcelo é o único farol a que nos podemos agarrar nesta tormenta. Digo-o com pura convicção. Digo-o com extrema preocupação com o meu país. Não compete ao presidente ser o líder da Oposição ou a alternativa ao Governo.
Podemos achar piada a algumas ideias e até à postura um pouco "naïf" de Tiago Mayan, podemos ser solidários com Marisa Matias, Jerónimo de Sousa ou João Ferreira, depois das ofensas e da linguagem de taberna usada por Ventura. Podemos simpatizar com a perseverança de Ana Gomes, nas causas que abraçou. Até podemos, raramente, concordar com alguma das punchlines de André Ventura. Ou acarinhar a humildade de Vitorino Silva.
Mas só Marcelo é um líder. Só ele percebe as idiossincrasias do país real e consegue falar para esse país. Só Marcelo é o presidente de todos os portugueses, porque só Marcelo consegue falar para a sua Celorico e para as grandes áreas metropolitanas, para os seus colegas doutores do Direito e para o Reinaldo nosso engraxador em Cascais.
Marcelo é o equilíbrio. Marcelo é o rural e o urbano. O doutor e o operário. O povo e as elites. A esquerda e a direita.
E Portugal precisa, mais do que nunca, de união. Vai precisar de todos.
Engenheiro e autarca do PSD