Manuel MolinosA música da Festa do Avante!O Mundo está confuso. Quando se criam ondas de apoio a Pedro Abrunhosa pelo direito do músico se expressar livremente, os artistas que este ano irão subir ao palco da Festa do Avante! estão a ser crucificados. Sendo que o princípio básico, tanto de um caso como do outro, assenta no mesmo pilar: artistas a serem artistas e a fazerem o seu trabalho.
Manuel MolinosSalvar o gás e o inverno dos ricos Não passaram muitos anos desde que o ex-ministro Matos Fernandes defendeu que uma família de quatro pessoas podia viver com uma potência de energia contratada de 3,45 kVA, e, desse modo, dar um bom exemplo de eficiência energética. A sugestão, discutida em sede de Orçamento do Estado, gerou polémica. Por exemplo, com os 3,45 kVA não é possível usar simultaneamente dois discos de uma placa de indução ou pôr a funcionar ao mesmo tempo uma máquina de lavar roupa e outra de louça. A Deco não teve dúvidas: "O Governo está a pedir aos portugueses que abdiquem de qualidade de vida e de conforto".
Manuel MolinosEste país não é para verão Ainda nos lembramos de Pedrógão? Sim. Ainda nos lembramos. Morreram 66 pessoas. 253 ficaram feridas. Mais de 250 casas foram atingidas pela tragédia. É difícil esquecer. Mas, anteontem, a memória ficou ainda mais viva, quando o repórter da TSF Rui Tukayana foi apanhado de surpresa pelas chamas enquanto circulava na A1.
Manuel MolinosAcabou a festa no melhor emprego do MundoHá realidades no Reino de Sua Majestade que nos deveriam fazer refletir. Nem que seja pelas diferenças de comportamento e de atitude de quem tem nas mãos o destino de um país. De quem apoia quando tem de apoiar, de quem desapoia quem apoiou, mesmo que seja um dos seus.
Manuel MolinosAeroporto despachado Da noite para o dia, passamos de ter tudo para voltar a ter tudo na mesma. Vamos ter dois novos aeroportos. Sai despacho. António Costa diz que não sabia. Não gosta. Já não vamos ter dois novos aeroportos. Anula-se despacho. Pedro Nuno Santos sai, não sai. Ninguém percebe o que se passa. Os esclarecimentos também demoram. O primeiro-ministro não se explica aos portugueses porque está em Madrid (já não há paciência para estes protocolos anacrónicos). O ministro das Infraestruturas fala, mas não responde aos jornalistas porque levou um puxão de orelhas e foi publicamente desautorizado. Mas pede desculpa, invoca um percurso de sete anos e fica.
Manuel MolinosProibido ficar doente em agostoO que qualquer contribuinte deseja é que os serviços do Estado funcionem. É para isso que paga os seus (altos) impostos. É verdade que, ao contrário dos finlandeses, não somos felizes ao fazê-lo, mas temos mais ou menos as mesmas expectativas: que a nossa obrigação contribua para melhorar os serviços públicos e que estes, no mínimo, funcionem quando recorremos a eles.
Manuel MolinosA quinta-feira será a nova sextaPodemos discutir um novo modelo de organização do trabalho, encontrar nele vantagens e desvantagens, potencialidades e defeitos. Mas, a semana de quatro dias de trabalho começa a desenhar-se e a ganhar forma mais depressa do que parece.
Manuel MolinosA banalização da morte nas redes sociaisÀ pergunta de Joe Biden - Quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o lóbi das armas? - devíamos juntar uma outra questão. Quando, em nome de todos, vamos deixar de ter massacres transmitidos em direto ou anúncios de carnificinas nas redes sociais?
Manuel MolinosDress code nas escolas? Educar dá trabalho Felizmente, vivemos numa época de combate a estereótipos, mas também numa altura onde o equilíbrio nas decisões ou nos julgamentos de várias situações é vítima da pressão de publicar e comentar nas redes sociais, à conquista de notoriedade e alcance, o que dificulta a capacidade de discernir sobre os factos.
Manuel MolinosTestes gratuitos para honestosApesar de parecer existir um certo divórcio entre os governantes e os epidemiologistas sobre a forma de combater o aumento de casos covid, ninguém defende um recuo ou a necessidade de novas medidas restritivas.
Manuel MolinosLula "chato pra cacete"Defendendo piadas contra nordestinos, Lula da Silva afirmou há uns dias que o Mundo estava "chato pra cacete". E, para o ex-presidente brasileiro, deve estar mesmo. A entrevista que deu à revista "Time" só pode ser entendida como uma tentativa para nos fazer rir. Só que Lula da Silva nem foi bom presidente do Brasil nem é bom humorista.
Manuel MolinosA missão (im)possível de GuterresO secretário-geral das Nações Unidas fez bem ao não esconder a emoção quando visitou algumas das cidades ucranianas mais massacradas pela guerra. E também fez bem quando a personalizou. "Imagino a minha família numa dessas casas que estão agora destruídas e enegrecidas. Vejo as minhas netas a correr em pânico", disse à chegada a Borodyanka.
Manuel MolinosNão. Zelensky não é o Mário Machado Porque foi importante que Volodymyr Zelensky tenha participado numa sessão solene da Assembleia da República? As razões são simples.
Manuel MolinosDa raça do Norte para o Mundo Portugal tem ao longo dos últimos anos aumentado o seu portfólio de qualidades. Hoje, o país não é só reconhecido pela sua história, vinho, gastronomia, clima, turismo ou futebol. De país pacífico até hub tecnológico, são muitas as outras valências que nos distinguem. Além das pessoas, claro. Prestáveis e que fazem com que os outros se sintam sempre bem-vindos.
Manuel MolinosO que vão fazer os deputados do PCP?A questão é a seguinte. Que postura os deputados comunistas irão adotar quando o presidente ucraniano se dirigir aos portugueses na casa da democracia?
Manuel MolinosO capelão e o dito por não ditoJá no final dos anos 90, o conceito "uma vez na Internet, para sempre na Internet" começava a ganhar volume. Não pelas consequências da partilha de dados pessoais, que tanto nos preocupa no presente, mas mais pela dinâmica de comunicação com que a transformação digital nos confrontava.
Manuel MolinosRussiagate. O erro, o perdão e um ministroPrimeiro facto. A Câmara Municipal de Lisboa enviou um email com os nomes, as moradas e os contactos telefónicos de três manifestantes anti-Vladimir Putin à embaixada russa e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país. Tinham organizado uma manifestação contra o regime de Moscovo a propósito da detenção do ativista Alexei Navalny.
Manuel MolinosQuanto vale a vida humana no Kremlin? Zero.Crianças. Crianças. As palavras, em forma de sinal gigante, escritas em russo nas laterais do pavimento do teatro Mariupol, capturadas por imagens de satélite antes da estrutura ser atacada, desapareceram do mapa.
Manuel MolinosArmas biológicas em "cassete" Irónico, nervoso, ameaçador, bélico, com declarações a perpassar um mau espetáculo de stand-up comedy ("Não atacámos a Ucrânia"), o experiente Sergei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, dirigiu-se ao Mundo para alimentar a narrativa de que os EUA financiam um programa de armas biológicas na Ucrânia.
Manuel MolinosAs últimas palavras de um soldadoMas está escrito na luz das estrelas E em cada linha da palma das nossas mãos Que somos tolos em fazer a guerra Contra os nossos irmãos
Manuel MolinosCaros emigrantes, precisamos de falarEsta poderia ser a frase de arranque de uma carta, com um pedido de desculpas, enviada aos portugueses residentes no estrangeiro por aqueles que se sentaram à mesa e rabiscaram um acordo sobre a validação dos votos nas eleições legislativas que deu no que deu. Os mesmos que agora tentam a custo livrar-se de qualquer responsabilidade.
Manuel MolinosEstamos em guerra, não basta mudar a password Muito provavelmente, por esta altura, o leitor já terá alterado uma ou mais passwords depois de várias instituições portuguesas terem sido alvo de ciberataques. Será suficiente para estar mais protegido? Depende. Depende mais da forma do que do conteúdo.
Manuel MolinosNão confinem os debates quinzenaisO regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro na Assembleia da República seria o primeiro passo que o PS poderia dar para acabar com o "bicho-papão" da maioria absoluta.
Manuel MolinosAs mentiras que valem dinheiro De alguma forma, já todos mentimos. Mas existem as mentiras inocentes, as mentiras que alimentam negócios, as mentiras que servem políticas e as mentiras que matam.
Manuel MolinosQuem não tem voto caça com gato Vai boa a campanha nas redes. Pelo menos no que diz respeito ao humor de alguns candidatos. Mas, no final do mês, quantos gostos, partilhas e comentários dão votos?