Manuel MolinosO Parque do Perdão não é para jovens Nas 150 cabinas portáteis que vão ser instaladas na "Cidade da Alegria" para que os jovens se confessem, durante os quatro dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), existirão certamente momentos de reconciliação.
Manuel MolinosA fé não tem palco nem lucrosO palco ainda não foi construído, mas já balança. Não porque em cima dele vão estar mil bispos, 300 concelebrantes, 200 membros do coro, 30 tradutores de língua gestual de vários idiomas, 90 membros de orquestra, convidados, staff e equipa técnica, mas sim porque ainda ninguém conseguiu explicar os cinco milhões de euros orçamentados para a construção da estrutura.
Manuel MolinosTodos sabemos que ninguém sabe de nadaEsta semana, a notícia com mais novidade foi mesmo a de que o Facebook e o Instagram terão de reconsiderar os seus padrões comunitários de nudez e atividade sexual, para que as fotografias que mostrem mamilos femininos não sejam bloqueadas pelo algoritmo. Isto porque as normas em vigor são alheias a pessoas transgénero ou não-binárias e, assim, contrárias aos padrões internacionais de direitos humanos. Uma revolução, portanto!
Manuel MolinosO que os olhos não veem Estamos em Washington. 2054. Um departamento policial consegue prever o crime através de uma equipa constituída por uma espécie de agentes de segurança videntes. São três. Têm visões e os culpados são culpados antes de o serem. A história futurista é contada por Steven Spielberg em "Minority report", baseada no conto de K. Dick. O escritor psicadélico, cheio de paranoias, com cinco casamentos provavelmente desfeitos pelo vício das anfetaminas, mas que, de alguma forma, antecipava os novos tempos com a sua ficção científica.
Manuel MolinosIgnorar é descolar da realidadeEra tão óbvia a demissão da recém-empossada secretária de Estado da Agricultura. Tão clara e previsível que nem valia a pena tentar adiar o inadiável. António Costa ainda argumentou. Mas ignorar é descolar da realidade.
Manuel MolinosNão troque um abraço por um likeHá quatro anos, fez-se um apelo neste espaço. Quase como a lançar um desejo para um novo ano. Apelava-se ao leitor para que não trocasse um abraço por um like.
Manuel MolinosAs más SMS do mau tempo A difusão de avisos de emergência pelos telemóveis continua subaproveitada e ridiculamente mal concebida.
Manuel MolinosSorria, está a ser detidoPodia o Governo ter ido mais longe nas regras que definem em que situações os agentes da PSP e guardas da GNR usarão câmaras de vídeo nas fardas?
Manuel MolinosA hipocrisia que protege quem mata animaisSe a cadeia não serve para a crueldade, serve para quê? A pergunta foi colocada por um juiz quando aplicou 16 meses de prisão a um homem que fez uma cesariana a uma cadela sem anestesia e despejou as crias no lixo. Todas morreram. Em causa estavam quatro crimes de maus-tratos agravados a animais de companhia.
Manuel MolinosO respeito dos japoneses num Mundial sujo É bem verdade que durante a competição de futebol que decorre no país que ocupa o 119.º lugar no índice de liberdade de imprensa, entre 180 estados, faz falta uma limpeza espiritual, já que a sujidade se foi acumulando desde a altura (2010) em que a FIFA escolheu o Catar como sede do Mundial.
Manuel MolinosRacismo nas redes? Só surpreende os distraídosTrês mil mensagens racistas e discriminatórias publicadas por militares da GNR e agentes da PSP nos últimos anos. O caso é grave, sem dúvida. Surpreendente? Só para quem anda muito distraído.
Manuel MolinosAlguém os pode condenar? Os mais novos têm medo de ter filhos, medo de se afogar nos quartos. Alguns não têm comida. Outros têm sede. Uns fogem, outros lidam com tempestades, ciclones e incêndios florestais. Ontem protestaram. Fecharam escolas. Alguém os pode condenar?
Manuel MolinosSalários maus com 4 ou 5 dias de trabalhoQuando os governos não sabem gerir os seus próprios recursos humanos e essa fragilidade é experienciada, por exemplo, pelos profissionais da Educação, pelos estudantes e pelas famílias, é difícil prever que o projeto-piloto para a semana de trabalho de quatro dias possa correr bem.
Manuel MolinosA playlist do Spotify de António Costa"De histórias mal contadas, Anda meio mundo a viver, Enquanto o outro meio, Fica à espera de receber". Dia de S. Receber, Xutos & Pontapés
Manuel MolinosA corrida aos 125 euros Curiosidade ou necessidade? A pergunta colocou-se ontem de manhã quando milhares de portugueses acederam aos extratos bancários para confirmarem se a transferência do apoio extraordinário de 125 euros que o Governo concedeu às famílias já tinha sido concluída. A curiosidade ou a necessidade fez com que as aplicações e sites de acesso às contas de vários bancos ficassem em baixo. A dificuldade na utilização dos serviços afetou, pelo menos, a Caixa Geral de Depósitos, o Santander, o Montepio e o Novo Banco, impedindo uma série de outras operações simples, como pagamentos, transferências bancárias, etc.
Manuel MolinosE se fosse consigo? Braga. Dia 2 de junho. Duas docentes e uma funcionária foram agredidas por duas mulheres numa escola.
Manuel MolinosA TAP não tem BMW mas tem bons sentimentosAfinal, a TAP já não vai poupar 630 mil euros, substituindo os "velhinhos" Peugeot por 50 BMW de topo de gama. Os híbridos plug-in para usufruto de administradores e diretores, com bancos de pele e ecrãs multimédia digitais com 8,8 polegadas, terão de ficar para uma próxima oportunidade. A companhia entendeu que não era o momento para gastar, em média, mais de 52 mil euros por cada uma destas viaturas.
Manuel MolinosSilêncios que se pagamEm Portugal, como noutros estados, a apatia e a indiferença com o exercício do poder estão expressas nas altas taxas de abstenção dos atos eleitorais. Existem variadíssimas teses para explicar o fenómeno e não diferem muito de país para país. O que fica evidente é que a distância entre eleitores e governantes é um problema grave para qualquer democracia. Enfraquece-a.
Manuel MolinosFalta de professores: inércia e cismas O nosso país desperdiçou professores ao longo das últimas décadas. Dispensou-os formal e também informalmente. A colocação de um profissional mal remunerado a largos quilómetros do seu local de residência e o desprestígio social a que a profissão foi sujeita estão entre as razões que explicam a carência de docentes do ensino obrigatório.
Manuel MolinosOs amigos do Luís e os outrosA questão que se coloca é: qual é o limite? Até onde o Estado deve intervir em situações extremas de portugueses apanhados pelo azar em deslocação fora do país?
Manuel MolinosUns contam tostões, outros contam mortos São duras as palavras da mulher do presidente ucraniano. Mas são realistas e dizem aquela verdade que muitas vezes não queremos aceitar. E são muito apropriadas numa altura em que os governos de vários países e instituições europeias tentam a custo minimizar os efeitos da crise económica que já se abateu sobre nós e que não irá dar tréguas, pelo menos, até aos primeiros meses do próximo ano.
Manuel MolinosAfinal, perguntar ofende São dois casos de absoluta prepotência. Dois casos que, embora diferentes, revelam trejeitos de autoritarismo e de superioridade moral e legal. Um passou-se em Portugal. Outro no Canadá. Países onde se espera mais respeito pelas instituições democráticas e que o princípio da separação de poderes não seja um mero exercício teórico.
Manuel MolinosA ameaça que aquece as férias Quem regressa de férias não pode ter deixado de sentir uma estranha, às vezes perigosamente agradável, sensação de mudança. De mudança dos locais, dos seus mares, das suas temperaturas, das suas noites e dos seus dias.
Manuel MolinosA música da Festa do Avante!O Mundo está confuso. Quando se criam ondas de apoio a Pedro Abrunhosa pelo direito do músico se expressar livremente, os artistas que este ano irão subir ao palco da Festa do Avante! estão a ser crucificados. Sendo que o princípio básico, tanto de um caso como do outro, assenta no mesmo pilar: artistas a serem artistas e a fazerem o seu trabalho.
Manuel MolinosSalvar o gás e o inverno dos ricos Não passaram muitos anos desde que o ex-ministro Matos Fernandes defendeu que uma família de quatro pessoas podia viver com uma potência de energia contratada de 3,45 kVA, e, desse modo, dar um bom exemplo de eficiência energética. A sugestão, discutida em sede de Orçamento do Estado, gerou polémica. Por exemplo, com os 3,45 kVA não é possível usar simultaneamente dois discos de uma placa de indução ou pôr a funcionar ao mesmo tempo uma máquina de lavar roupa e outra de louça. A Deco não teve dúvidas: "O Governo está a pedir aos portugueses que abdiquem de qualidade de vida e de conforto".