Limpos de resíduos tóxicos, terrenos em São Pedro da Cova foram devolvidos ao município.
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Depois de no dia 20 de julho ter saído o último camião de resíduos perigosos dos terrenos das antigas minas de São Pedro da Cova, em Gondomar, devolveu, nesta sexta-feira, a posse administrativa dos terrenos ao Município de Gondomar.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, assinaram os papéis que marcaram o fim do "maior processo de recuperação de um passivo ambiental da Região Norte", que se prolongou durante cerca de 20 anos, num investimento aproximado a 30 milhões de euros e a retirada de mais de 292 mil toneladas de resíduos perigosos que estavam depositados nas antigas minas do local, de acordo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
No mesmo dia em que celebrou a devolução dos terrenos das antigas minas, o presidente da Câmara de Gondomar marcou o momento como "o dia zero de uma nova etapa".
Apelando ao ministro Duarte Cordeiro por "uma fatia dos 30 milhões investidos no local reverta agora para a população", o autarca anunciou os planos futuros para a transformação do local: "Estamos a avaliar o projeto, mas inicialmente pensamos em trabalhos para a recuperação do complexo mineiro, numa porta de entrada para o Parque das Serras do Porto e uma zona verde e de bem-estar".
Apesar de ser um projeto a dar os primeiros passos, o ministro Duarte Cordeiro partilhou que, "como até aqui, haverá disponibilidade para, em conjunto com a CCDR-N e o município, trabalhar para o futuro", depois do autarca Marco Martins projetar o "início das obras para o final de 2023".
Impacto na população
"Um nó que se desata na garganta" foram as palavras do presidente da CCDR-N, António Cunha, quando falou sobre os trabalhos naquele que assume ser "um erro ambiental para todos os que ali vivem".
Milhares de toneladas de resíduos industriais perigosos foram depositadas nas escombreiras das antigas minas ao longo de 2000 e 2001, porém, todos os arguidos do processo-crime foram absolvidos em 2021.
Um processo que, segundo o ministro, "exigiu múltiplas fontes de financiamento e um desenvolvimento em fases, a mais recente nos últimos dois anos, no valor de 16 milhões de euros, comparticipado pelo Fundo Ambiental".