Um automóvel caiu ao rio Ferreira, em Sobrado, Valongo, na madrugada de domingo, provocando um morto e um ferido. O veículo, de distribuição de pão, despistou-se numa curva, caiu por uma ribanceira e ficou capotado no rio, num local onde há alguns meses morreram dois irmãos em condições semelhantes.
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André Gonçalves, 23 anos, levantou-se às 5 horas da manhã e antes de sair de casa, na zona rural da Rua da Pinguela, em Sobrado, concelho de Valongo, despediu-se da irmã mais nova, Andreia, e saiu para trabalhar. Durante a semana laborava na Madeilongo - Comércio de Madeiras, que fica ali na mesma rua, mas aos fins de semana, nem sempre, para ganhar mais uns trocos, ajudava a distribuir pão da Padaria 3 Machados.
Minutos depois apanhou o colega Paulo Guimarães e os dois seguiram na carrinha branca VW Caddy carregada de pão. Com André ao volante, o veículo sofre um desventurado acidente que viria a matar o jovem condutor e que deixou ainda ferido o outro ocupante, que tem 21 anos e é de Gandra, Paredes. Aconteceu tudo às 7 horas, na curva da EN209/Rua de S. João de Sobrado, na pequena ponte sobre o rio Ferreira, zona aziaga e insegura onde já morreram mais pessoas.
A carrinha Caddy seguia na direção norte-sul e ao chegar à curva da ponte despista-se, entra desgovernada na rampa de acesso a uns campos de cultivo, derruba as videiras que aparecem pela frente e tomba no pequeno rio Ferreira, afundando-se de nariz com os dois jovens lá dentro.
André, que terá sofrido um traumatismo antes da queda no rio, morreu no local; Paulo Guimarães conseguiu sair do veículo, nadar para a margem e ligar a dar o alarme. Continua internado no Hospital S. João, com hematomas e várias escoriações.
Os Bombeiros de Valongo, com 16 elementos e vários carros, foram os primeiros a chegar, seguidos da VMER do Hospital de S. João e da GNR de Campo.
"Quando os nossos mergulhadores retiraram o condutor já ele era cadáver", disse o desalentado comandante Figueiredo, dos Voluntários de Valongo, que conhece bem aquela zona fatídica. "Já aqui houve vários acidentes, ainda em Novembro caiu outro carro, na mesma rampa, e morreram dois irmãos. O problema nem é a curva" - diz o comandante - "é a reta que há antes e é o facto de não haver railes de proteção até ao fim da ponte".
"É uma tristeza muito grande", diz Andreia Gonçalves, irmã da vítima. "Ainda ontem ele aqui estava, feliz, tinha feito 23 anos, e agora já nunca mais o vemos".
O local do acidente está há muito referenciado pelas autoridades mas, ao que o JN apurou, a Câmara de Valongo e a empresa pública Estradas de Portugal debatem-se ainda sobre quem tem a responsabilidade pela correção dos railes.