<p>O troço da Estrada Nacional 106 que liga Vizela a Lustosa (Lousada) apresenta-se degradado e, caso não avancem as prometidas obras, a autarquia lousadense admite mesmo interditá-lo ao trânsito. A via tem um tráfego significativo de ligeiros e pesados.</p>
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"De vez em quando vêm tapar os buracos mas no dia seguinte volta ao mesmo. Já não resolve nada". António Gomes, de Vizela, não tem outra alternativa para chegar ao trabalho, em Paços de Ferreira, senão serpentear, por entre muitos buracos, da EN106, atravessando Lustosa. a parte que está pior. "No regresso, quando se chega ao tapete de alcatrão, em Vizela, parece que se anda em veludo", acrescenta. Junto a um aglomerado de casas e próximo do supermercado da freguesia, há sinais de prejuízos. Neste sítio, tem alturas em que se juntam quatro ou cinco tampas das rodas. "Tem um buraco fundo mesmo na trajectória. Estou sempre a ver quando que algum carro rebenta o pneu e cai lá abaixo", teme Joaquina Barbosa.
Estragos nas viaturas
O troço, de meia dúzia de quilómetros, que atravessa a freguesia de Lustosa, está cheio de buracos e lombas que já causaram estragos em diversas viaturas. Ao longo do serpenteado, há ainda árvores que ameaçam tombar para a via, para além de outros sinais de perigo para a segurança dos utentes. No último Verão, a Estradas de Portugal colocou um outdoor onde anunciava o início das obras de repavimentação para Março. O estado da via agravou-se acentuadamente nos últimos meses devido ao mau tempo.
"O estado de degradação é de tal ordem que poderá suscitar-se a necessidade de a interditar ao trânsito", admitiu Jorge Magalhães, presidente da Câmara de Lousada, confiante que a empreitada, já prevista no plano de investimentos do Estado e em fase final de concurso e de adjudicação, "não será afectada pelos cortes anunciados pelo Governo. Julgo que a Administração Central não vai alterar o calendário, porque é insustentável que a situação se mantenha mais tempo", reforça.
O autarca faz ainda notar os esforços empreendidos na concretização desta obra, reclamada há vários anos: "neste último ano e meio intensificamos os contactos com a EP e esperamos que, até ao final do ano, o problema esteja resolvido".
Segundo uma informação da Estradas de Portugal, em Outubro do ano passado, as obras começarão em Março, com um prazo de execução de oito meses, estando previstos trabalhos de pavimentação da plataforma, limpeza de taludes, de bermas e de valetas, sinalização horizontal e vertical, colocação de gares de transportes públicos fora da faixa de rodagem e a criação de passeios em zonas urbanas.
Serão, ainda, implantadas intersecções giratórias em três cruzamentos (com a EN 209, Sousela e Ribas) e no entroncamento ao quilómetro 16.