Ainda em Lisboa, o presidente da República elogiou a resposta "cívica" e de "grande serenidade" de todos os madeirenses à "tragédia" de sábado. Ao chegar ao Funchal, Cavaco Silva mostrou-se "impressionado".
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"Estou impressionado com o que estou a assistir", declarou Cavaco Silva, a meio da tarde, quando chegou ao Funchal e se deparou com as operações de limpeza da baixa da cidade, que ficou coberta de lamas e pedras na sequência da enxurrada do passado sábado.
"Só quem vem ao local é que tem a verdadeira noção dos prejuízos que atingiram, neste caso, o Funchal. Impressiona, não deixa de impressionar", acrescentou, na Praça da Autonomia, numa altura em que a chuva voltou a cair na cidade.
Ladeado pelo presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, e pelo presidente da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, o presidente da República foi informado sobre as operações em curso e os meios envolvidos.
Seguiu depois para o concelho da Ribeira Brava, para visitar as localidades mais afectadas. Aqui, o presidente da República disse "ter esperança na reconstrução".
"Se tivesse que pintar a Madeira [agora, depois do temporal que assolou a ilha] seria com as cores da esperança", afirmou, visivelmente impressionado com a dimensão dos prejuízos na zona da Meia-Légua e na praia da Tabua.
Observando os molhes destruídos e a dimensão das rochas que a ribeira trouxe até ao litoral, destacou o impacto do sucedido. "Observar o tamanho das rochas que foram retiradas do leito da ribeira mostram a nossa pequenez", disse.
"Uma resposta muito cívica"
"Quando existem estas tragédias pode haver a tentação para assaltos, para roubos. Não se tem verificado, a resposta da parte dos madeirenses tem sido, na generalidade, de todos, uma resposta muito cívica, com grande serenidade", afirmou Cavaco Silva, ainda em Lisboa, no final de uma visita de trabalho à Direção Nacional da PSP.
O chefe de Estado, que durante a visita inaugurou o sistema de videoconferência com o comando da PSP do Funchal, lembrou ainda que após o temporal de sábado houve um reforço da polícia na região.
"Houve um reforço e eu penso que é correcto, até porque podem ajudar no apoio às populações e é neste momento o que estão a fazer", acrescentou.
O presidente da República desloca-se à Madeira para ver no terreno a dimensão dos estragos provocados pelo temporal de sábado.
De acordo com os últimos números revelados pela secretária regional do Turismo da Madeira, Conceição Estudante, a estimativa do Governo regional mantém-se nos 42 mortos, tendo dado entrada na morgue 39 corpos, 37 dos quais foram já autopsiados.