Com centenas de pessoas à porta, a torre erguida no Terreiro da Sé, no Porto, reabriu na tarde desta quinta-feira, encerrada há sete anos. Sob a curadoria do Museu do Porto e na presença do presidente da Câmara do Porto, o edifício voltou a abrir portas com uma exposição sobre o arquiteto Fernando Távora.
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A reabertura do edifício que esteve fechado durante sete anos, constitui uma "justa homenagem quer ao arquiteto erudito, humanista e visionário, quer ao portuense de corpo e alma que foi Fernando Távora".
As palavras são do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que discursou antes da reabertura ao público do espaço também conhecido pela Casa dos 24 (por ali se reunirem os chamados "homens-bons" que representavam as 24 corporações de ofícios da cidade).
A recuperação do arquivo do arquiteto não fazia sentido sem a estátua "O Porto", disse o autarca, ao anunciar que a estátua com nove metros de altura vai regressar à Antiga Casa da Câmara e ao terreiro da Sé. "Tenho a expectativa de que este processo esteja concluído até ao final do ano e, desejavelmente, até ao encerramento desta exposição", adiantou Rui Moreira.
"É uma evocação da história e do espírito do lugar, da história e do espírito do seu autor, e da urgência de, em cada tempo, pensar e fazer a cidade", disse Jorge Sobrado, diretor do Museu e Bibliotecas do Porto.
Exposição até 29 de outubro
A Fundação Marques da Silva, responsável por guardar o arquivo de Fernando Távora, cedeu peças e documentos, originais ou digitalizados, para a exposição sobre o arquiteto.
A mostra pode ser visitada até 29 de outubro e os bilhetes custam dois euros para quem tiver cartão Porto, e quatro euros para os outros cidadãos.
O professor Manuel Luís Real, amigo e colaborador de Fernando Távora, e responsável pela curadoria científica da exposição, lembrou "a maturidade precoce do arquiteto visível nos seus trabalhos ao longo da vida".
Sobre o edifício construído no século XV para funcionar como a primeira sede do poder municipal da cidade, Manuel Luís Real destacou a importância dos símbolos que restam e perduram no tempo.
"O brasão que estava guardado no Mercado do Peixe e que agora está num dos lados da torre é um deles", disse o professor, acrescentando que é desconhecido por muitos que, o dragão visível naquela peça é o motivou pelo qual o Futebol Clube do Porto usa a figura como imagem de marca.
Está em curso, pela Águas e Energia do Porto, um novo projeto de iluminação do edifício. Além disso, Rui Moreira acrescenta que a Câmara vai realizar em 2024 "um estudo das patologias do edifício, de modo a sustentar um projeto de reabilitação mais estrutural".
A Antiga Casa da Câmara passa a pertencer ao núcleo do Museu do Porto, a instituição municipal que pretende valorizar o património histórico portuense através de conceitos e iniciativas.