O Gabinete Médico Legal de Castelo Branco foi reforçado com uma equipa de Coimbra para realizar, esta segunda-feira, as autópsias a 10 dos 11 mortos do acidente com um autocarro que aconteceu no domingo, na Sertã.
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Dez corpos estão no Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, e um outro nos hospitais da Universidade de Coimbra, disse à Lusa fonte da administração hospitalar.
Aos médicos do Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, juntou-se desde as 06:00 uma equipa do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) de Coimbra, constituída por três técnicos e três médicos, entre os quais o presidente do INML, Duarte Nuno Vieira.
"Esta é uma situação que excede as capacidades do Gabinete Médico Legal de Castelo Branco", referiu Duarte Nuno Vieira à Lusa, pelo que foi mobilizada "uma equipa que está sempre preparada para intervir em caso de desastre".
No total, haverá cinco médicos e outros tantos técnicos com a tarefa entre mãos.
Se não houver percalços, "todas as autópsias vão ser feitas hoje", acrescentou, depois de um trabalho preliminar de "identificação de espólio" de cada vítima, iniciado no domingo.
As autópsias serão elemento fundamental na investigação do acidente, sublinha o presidente do INML, recordando que "a lei estipula que é obrigatória a autópsia em todos os acidentes com morte imediata".
"As autópsias vão ser fundamentais para a reconstituição do acidente", conjugadas "com engenharia forense" para obter "uma justiça o mais célere possível".
A presidente da Câmara de Portalegre, Adelaide Teixeira, concelho onde residiam dez das vítimas mortais do acidente, está desde as 09:20 reunida com o conselho de administração do hospital.
Onze pessoas morreram no domingo e 32 ficaram feridas num despiste do autocarro onde seguiam, que caiu numa ravina cerca das 8:30, no nó de acesso do IC8 ao Carvalhal, na Sertã, distrito de Castelo Branco.
O autocarro, de matrícula espanhola, transportava um grupo de 43 pessoas, incluindo sete crianças, que iam numa excursão de autocarro a Santa Maria da Feira.
Entre 33 feridos registaram-se seis graves, transferidos para os Hospitais Universitário de Coimbra, Castelo Branco e Hospital de São José, em Lisboa.
Todas as vítimas mortais eram adultos, com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos.
A Câmara de Portalegre instalou um dispositivo de apoio à vítima, composto por dois psicólogos, um técnico de apoio e um outro técnico de saúde, para ajudar os familiares dos sinistrados.
O presidente da Câmara da Sertã reconheceu a perigosidade do local onde o autocarro se despenhou, uma descida inclinada a seguir a uma curva, e afirmou que a autarquia vai tentar solucionar o problema.