Associação ambientalista participa implantação de aterro em Cepões ao Ministério do Ambiente. Junta de Freguesia assegura que curso de água "não foi atingido" e diz que intervenção servirá para alargar campo de jogos e instalar indústria.
Corpo do artigo
"O aterro não afectou o rio (Labrujó, afluente do Lima). Nada houve que atingisse o caudal e nem me venham dizer que foram pescadores que encontraram o rio turvo, porque a pesca, aí, é proibida". Autarca de Cepões, em Ponte de Lima, João Cunha rejeita, assim, que o curso de água que atravessa a localidade tenha sido afectado por aterro supostamente proveniente das obras do centro escolar de Arcozelo. Opinião diferente tem uma associação ambientalista, que participou a situação ao Ministério do Ambiente.
Segundo a denúncia formalizada pelo Movimento para a Defesa do Rio Lima à tutela, o aterro, de "grandes dimensões", cobre "extensa área de vegetação autóctone" e, com as chuvas, "verificam-se deslizamentos de terras que acabam por cair nas águas do afluente do Lima".
Contudo, para o autarca de Cepões, "nada de anormal" se verificou no rio com a implantação do aterro. Afiançando que "nada foi feito às escondidas ou nas costas do povo", garantiu que a pedra e a terra que ali estão depositadas "contam com autorização da Câmara Municipal". Assinalou, ainda, que o aterro "só irá beneficiar a freguesia", através do alargamento do campo de jogos e da criação de área para a instalação de pequena indústria, indicou. A propósito, João Cunha assinalou que a situação do aterro poderia estar, também, a ser acompanhada por associação que tivesse por objectivo a salvaguarda do afluente do Lima, entidade que, vincou, seria participada pelas seis localidades atravessadas pelo curso de água (Arcozelo, Bárrio, Cepões, Labruja, Labrujó e Rendufe).
Segundo disse, o desafio para a constituição da associação foi já lançado, em encontro participado pelos diversos autarcas e realizado em Arcozelo, contando, assegurou, com a vontade de muitos dos visados. Para João Cunha, tratar-se-ia de estrutura que reclamaria para aquelas freguesias equipamentos que contribuíssem para valorizar o curso de água e chamar visitantes à região. Caso da proposta há pouco lançada pelo homólogo de Rendufe, de parque de pesca de trutas (ver caixa).