Centenas de pessoas estiveram ao sol, este domingo, à espera de mais uma edição do Encontro de Estátuas-Vivas de Espinho. Ao todo, foram 33 composições, a maioria das quais de uma grande originalidade.
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Quem passasse, ontem à tarde, pelo Largo da Câmara de Espinho e pela Rua 19, facilmente poderia pensar que, sem saber, havia caído por uma toca de coelho abaixo e ido parar ao País das Maravilhas. É que, ao longo de três horas, o centro da cidade viu-se povoado pelos mais estranhos seres, uns mais próprios do mundo dos sonhos, outros nem tanto, mas todos com grande originalidade. Tratou-se da 13.ª edição do Encontro de Estátuas-Vivas de Espinho, um evento que, a cada ano, vê crescer o seu impacto, não só junto do público, mas sobretudo pelo imaginário explorado pelos participantes, sempre mais rebuscado.
Nem o sol abrasador nem a dormência e as dores nas costas provocadas pelas horas passadas na mesma posição afastaram os participantes, mesmo aqueles que já passaram pela experiência. Alguns deles, mais do que uma vez. Foi o caso de Mécia Soares, licenciada em Escultura, participante desde 2004 e ontem transformada numa estátua negra de lábios vermelhos. "Custa-me mais estar parada do que a fazer uma longa corrida", explicou a jovem. Estátuas da cor do barro, umas da cor do bronze e outras ainda com verdete, umas sem cabeça, outras só busto, a maioria fruto de imaginações muito férteis. E por lá pararam também algumas figuras do passado, como Camões e Pessoa, e até mesmo um muito dourado e escultural Óscar.