Ao fim de vários meses em obras, o Parque de S. Roque, em Campanhã, reabre ao público no mês de junho.
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Apresenta como novidade uma área até agora escondida por um muro, entretanto demolido, onde foram construídos dois miradouros com vistas sobre a zona oriental do Porto. Quinta da Bela-Vista, Estádio do Dragão, ponte da Avenida 25 de Abril e Praça da Corujeira são alguns dos atrativos vizinhos que se pode descobrir a partir dali. Sem esquecer, claro, o rio Douro.
Para lá do referido muro, que se agigantava junto à capela, estava uma zona de mato denso a ocupar um pouco mais de um hectare. Agora, mal se entra no parque pela Travessa das Antas, o que se vê à esquerda é relva fresca a crescer por entre as árvores, 200 das quais são novas - sobretudo castanheiros, carvalhos e medronheiros. É por essa suave ladeira que se chega aos miradouros, a partir dos quais "há uma vista fantástica sobre o rio Douro", como diz ao JN Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto e vereador do Ambiente.
Ex-líbris da cidade
A expectativa do responsável é que o espaço reabra já em junho, numa parte (e a outra até ao final do mês seguinte), e que "consiga atrair muita gente". Recorda que S. Roque "é um parque lindíssimo e um dos ex-líbris da cidade do Porto, com o atrativo de ter um museu de arte contemporânea". Filipe Araújo refere que este é mais um exemplo da forte aposta "na reabilitação e expansão dos espaços verdes" da cidade, na linha do que tem sido a política ambiental desde que chegou à vereação, em 2013.
S. Roque mantém todo o seu charme. Com árvores e camélias centenárias - "É um dos nossos jardins históricos", afirma o vereador -, convida a um passeio pelo labirinto de buxo, pelos mirantes, pelo lago, pela ampla alameda. As obras contemplaram ainda o arranjo dos caminhos e de todas as infraestruturas, em particular de drenagem de águas pluviais, e a criação de uma zona de apoio a quem lá trabalha. O parque infantil permanece junto à entrada.
Também designado por Quinta da Lameira, o parque foi adquirido pela Câmara do Porto a António Eugénio de Castro Ramos Pinto Cálem em duas fases, entre 1978 e 1979. Abriu ao público em julho desse mesmo ano e foi alvo de uma intervenção no início de 1990.
Arte contemporânea
Uma visita a este espaço verde que se estende por mais quatro hectares tem de incluir a antiga Casa Ramos Pinto, edifício datado de finais do século XVIII que viria a ser remodelado e ampliado pela mão de José Marques da Silva e, mais tarde, pelo também arquiteto João Mendes Ribeiro. Alberga desde finais de 2019 um centro de arte contemporânea, que pode ser visitado todos os dias da semana, a partir das 13.30 horas, exceto à terça-feira.
Pormenores
Parque da Cidade
O remate poente do Parque da Cidade, intervenção que se estende por cerca de dez hectares, deve abrir ao público no final do semestre.
Terminal intermodal
Igual previsão é feita para a cobertura ajardinada e restante área verde do edifício do Terminal Intermodal de Campanhã, numa articulação com a reabilitação da Quinta do Mitra, já em curso.
Outros casos
Com particular visibilidade em 2023, estão em carteira os parques da Alameda de Cartes e da Lapa e a reabilitação da Praça da República. A grande intervenção na Praça da Corujeira está em fase de projeto e o jardim da Senhora do Porto avança para contratação.