Os trabalhadores da Cerâmica Valadares decidiram fazer um plenário às 8 horas de quarta-feira para deliberar sobre a proposta da administração de pagar os salários em atraso de forma faseada.
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A administração da empresa garantia o pagamento do mês de Dezembro até à próxima sexta-feira e o restante até dia 17 de Fevereiro, situação que não foi aceite pelos funcionários presentes, tendo a comissão de trabalhadores comunicado à administração essa decisão.
Os trabalhadores, que se mantêm à porta da fábrica para impedir que entre e saia mercadoria, garantem que só aceitam um acordo caso a administração pague a pronto os dois meses de salários em atraso.
Até à realização do plenário os trabalhadores já informaram que vão manter vigilância à porta da fábrica, impedindo também a saída das viaturas dos membros da administração.
"Nós também vamos para casa a pé, de comboio ou de qualquer outro transporte público, por isso se a administração quiser sair, saia a pé", explicou José Vilela, um dos trabalhados inconformados.
Cerca de 50 trabalhadores da Cerâmica de Valadares admitem passar a noite à porta da fábrica e garantem só sair com a promessa do pagamento da totalidade dos dois salários em atraso.
A administração da Cerâmica de Valadares abandonou já as instalações da fábrica, mas quem tinha viatura da empresa dentro do espaço teve mesmo de sair a pé, tal como já haviam sugerido os trabalhadores.
Dezenas de trabalhadores da Cerâmica de Valadares concentraram-se esta manhã de terça-feira em frente às instalações da empresa, em Gaia, para exigir o pagamento dos salários de Dezembro e Janeiro.
A fábrica centenária Cerâmica de Valadares, que emprega cerca de 400 trabalhadores, esteve já paralisada no final de dezembro de 2011, devido à falta de dinheiro para pagar o gás. Na altura, estavam em atraso os salários de Novembro e de Dezembro e o subsídio de Natal.
Em meados de Janeiro, a administração da Cerâmica Valadares informou os trabalhadores de que haveria "alguém interessado" em viabilizar a empresa, mas não avançou desde então mais pormenores sobre o eventual negócio, segundo fonte da comissão de trabalhadores.