Funcionários do Pingo Doce de Gueifães, na Maia, protestaram esta manhã em frente àquela loja pela "correção de injustiças e aumento dos salários".
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Os trabalhadores da loja do Pingo Doce de Gueifães, na Maia, sentem-se "pressionados e observados". Em protesto em frente ao estabelecimento, os funcionários contestaram a presença de uma câmara de vigilância na área social e a alteração dos horários sem avisos prévios.
Maria Bento, delegada sindical daquela loja, assegura que os trabalhadores estão a ser controlados com câmaras que, ao invés de contribuírem para o aumento da segurança, "servem para controlar". A sindicalista sublinha a pressão que é exigida aos funcionários pelo facto de a reposição de stock ser feita durante a noite, obrigando a que outros trabalhadores, com funções que não a restituição de produtos, tenha de o fazer durante o dia. Maria Bento revela ainda que trabalha há 21 anos no Pingo Doce e recebe 629 euros por mês - vencimento que não é atualizado há cerca de nove anos.
Questionado pelo JN, o Grupo Jerónimo Martins justifica a presença da câmara de vigilância na área de convívio com obras recentes. "O espaço foi alargado e uma das câmaras que estava no corredor acabou por ser incluída", afirmou fonte oficial do Grupo, garantindo que o mesmo dispositivo já está desativado e foi retirado ao final da tarde desta quinta-feira. Quanto à reposição de stock, a mesma fonte juntou que "não é possível abrir a loja na manhã seguinte se a restituição dos produtos não for feita à noite".
Uma outra trabalhadora do Pingo Doce, Cristina Ferreira, contesta a medida que está em cima da mesa para o contrato coletivo de trabalho sobre um aumento de salário de três euros por mês, assegurando que os trabalhadores não aceitam a proposta.
Esta ação insere-se na "Quinzena de Luta" promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, e só termina na próxima quinta-feira, dia 28 de fevereiro.
Ao JN, a empresa disse que em 2017 e 2018 foram investidos 20 milhões de euros em aumentos de salários a 80% dos trabalhadores.