Pelo menos três casas já foram consumidas pelas chamas no Rochão, na freguesia da Camacha, no concelho de Santa Cruz, localidade onde os bombeiros já retiraram de casa várias pessoas.
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O vereador Jorge Baptista confirmou à agência Lusa o número de casas ardidas e afirmou que ardeu também uma escola desativada, acrescentando que um aviário e uma oficina também não deverão ser poupados ao fogo.
Jorge Baptista aconselhou os moradores a salvaguardarem a sua "integridade física".
"As dificuldades que estamos a atravessar, por vezes, fazem com que as pessoas se agarrem aos bens materiais, mas o que está aqui em causa é a vida das pessoas", alertou o autarca, que informou ter solicitado o apoio dos bombeiros para transportar os moradores para fora da localidade.
Fonte dos Bombeiros Voluntários Madeirenses adiantou que já foram transportados cinco adultos e duas crianças, aguardando-se no local mais meios para combater as chamas que deflagraram em várias frentes.
Os meios foram solicitados à Protecção Civil.
Na povoação, dezenas de pessoas estão junto às suas casas, deitando água nas imediações e aguardando mais meios.
Santa Cruz é um dos três municípios madeirenses, a par do Funchal e da Camacha, onde incêndios que deflagraram na quarta-feira estão a preocupar as autoridades e a mobilizar centenas de elementos operacionais.
O chefe dos bombeiros voluntários madeirenses, Afonso Nóbrega, afirmou à agência Lusa, que, "devido ao vento inconstante, o combate ao incêndio está a ser fortemente prejudicado, além de que estão apenas cinco homens da corporação, apoiados por um veículo a combater o fogo".
Afonso Nóbrega aconselha as pessoas a sairem da área e a irem para as zonas baixas do Funchal.
Diversos moradores tentam, com as armas que têm - terra, ramos e panos -, atacar o fogo. Neste momento, há ainda quem se queixe da falta de água.
A Lusa constatou no local que há muito fumo e zonas que não são visiveis. Contudo, é possível observar vários pontos com labaredas ao longo da encosta do Rochão.
Vários moradores, munidos de mangueiras e baldes com água, estão em cima de telhados e em quintais a tentar evitar estragos maiores.
Uma moradora, Lídia Barreto, de 56 anos, adiantou que bombeiros e populares "não têm mãos a medir".
"O que temo é que nada se salve. Há muitas casas em perigo", disse.