O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo escusou-se, esta quarta-feira, a comentar as críticas do presidente da República aos cortes nos vencimentos do sector público e às pensões, mas assinalou que "80% dos pensionistas ficam de fora" desses cortes.
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Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, Nuno Melo acrescentou que os pensionistas aos quais não são aplicados os cortes dos subsídios de férias e de Natal "são os mais carenciados".
Nuno Melo fez estas observações depois de ser questionado sobre as críticas feitas elo presidente da República, Cavaco Silva, aos cortes dos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores do sector público e dos pensionistas.
O vice-presidente do CDS-PP disse ainda esperar que "em Portugal não se tenha de pôr nunca a questão de perdões de dívida", considerando que esse "é um fim de linha trágico para um país".
Questionado pelos jornalistas, Nuno Melo sustentou que "os perdões de dívida saem caríssimos aos países que a tal são obrigados" e defendeu que Portugal deve distinguir-se do caso grego.
"Um perdão de dívida não beneficia um país, terá de o pagar muito caro. É um fim de linha, terá problemas nas suas transacções, no financiamento da sua economia, na sustentabilidade dos depósitos dos privados. É um fim de linha trágico para um país", frisou.
Segundo Nuno Melo, "é desejável que não se estabeleça essa comparação, que é errada, entre a situação grega e a situação portuguesa" e "que em Portugal não se tenha que pôr nunca a questão de perdões de dívida, porque significaria que alguma coisa teria corrido muito mal pelo caminho e felizmente em Portugal, para já, apesar de todas as dificuldades, tudo está a correr muito melhor".