“O pior ataque ao Estado Social desde o 25 de Abril”, nas palavras do líder da UGT, João Proença, que prometeu bater-se contra estas propostas.
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“Uma tentativa de golpe de Estado” e “uma subversão completa do modelo social” consagrado na Constituição da República, no entender de António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que acusa Passos Coelho de estar a querer promover “um recuo civilizacional de 40 anos”.
As críticas negativas às propostas do PSD de alteração à Constituição foram ouvidas durante todo o dia. Só mesmo a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) manifestou, em comunicado, disponibilidade para analisar e propor alterações que contribuam para alterar o modelo de relações de trabalho existente.
Mas considerou o momento inoportuno, visto que “o objecto central das preocupações” do Governo e das principais forças políticas devem ser “os problemas da economia portuguesa”.
À Esquerda, PCP e BE mostraram-se muito “inquietos” com o teor destas propostas, a que prometeram “um combate firme”. E apelaram mesmo à “responsabilidade” do PS para travar medidas que, em seu entender, põem em causa os princípios fundamentais do regime democrático.
António Filipe, deputado do PCP, disse esperar “da parte de todos os democratas que se oponham a este projecto e não o deixem passar”.
“Mas estamos inquietos porque conhecemos a experiência do passado e sabemos que todas as anteriores revisões constitucionais resultaram de acordo entre PS e PSD e que propostas que o PSD apresentou e que inicialmente contavam com a oposição do PS acabaram por resultar em acordos de revisão constitucional que descaracterizaram em diversos aspectos a nossa lei fundamental”, referiu.
Também José Manuel Pureza lembrou que a “responsabilidade principal” para travar estas medidas “cabe” ao PS. “Espero bem que o PS se afirme fiel a um modelo de democracia que é aquele que a Constituição prevê e não uma democracia descaracterizada e excluente como aquele que o PSD agora propõe”.
Nuno Magalhães, do CDS-PP, disse que PSD e PS estão a “simular um desacordo”.