O candidato à Presidência da República Fernando Nobre diz que o Orçamento do Estado para 2011, proposto pelo Governo, é "um violento murro no estômago da classe média e, sobretudo, da classe média/baixa".
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O OE para 2011, "tal como é apresentado e pelo que se conhece", vai "provocar mais desemprego, mais pobreza, mais miséria e mais exclusão" e "menos investimento, menos desenvolvimento e menos crescimento", disse o candidato presidencial à Agência Lusa, em Coimbra.
Fernando Nobre considera que "é fundamental que o nosso país tenha um orçamento", mas "não este, que tem de ser discutido e melhorado".
O OE2011 "não pode atingir as classes já mais fragilizadas", sob pena de, adverte, "o nosso país daqui a pouco, em vez de 18% de pobres" passar a ter "40%, ou mais".
Para o candidato, o problema económico de Portugal tem de ser resolvido com o aumento das exportações, mas estas, como é sabido, "não dependem apenas de nós". Por isso, sustenta, "tem de se cortar mais no despesismo do Estado, em todas as suas estruturas".
Nas mordomias e excessos "tem que ser feito um corte radical e já", sublinha o candidato presidencial.
Embora reconheça que Portugal precisa de ter OE, Fernando Nobre recorda que "este ano vivemos em duodécimos até maio e ninguém se queixou". Por isso, "entre um péssimo orçamento e um orçamento menos mau que leve mais tempo a ser discutido", defende "um orçamento menos mau".
O candidato a Belém apela, assim, a que "todos - partidos, sindicatos e representantes da sociedade portuguesa - que se sentem à mesa", para "discutirem e fazerem um orçamento de unidade nacional", sem nunca esquecerem que isso "implica convergência de pontos de vista e cedências".
"Todos nós queremos um orçamento, mas não um orçamento que mergulhe o país na recessão e numa miséria mais profundas do que as que já tem", apela Fernando Nobre.