Jardim diz que Madeira é "gota no oceano" comparada com "a cratera da dívida portuguesa"
O presidente do Governo madeirense, Alberto João Jardim, criticou, esta segunda-feira, "a falta de vergonha" dos que instrumentalizam a questão da dívida da Madeira, considerando que esta é "uma gota no oceano" comparada com "a cratera da dívida portuguesa.
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"É uma falta de vergonha as pessoas se deixarem instrumentalizar, serem instrumento dessa propaganda que visa desviar as atenções daquilo que de muito grave se passa e se prepara neste país", disse o líder madeirense na cerimónia de inauguração das novas instalações da consulta externa do hospital dr. Nélio Mendonça, no Funchal, que representou um investimento superior a 3,1 milhões de euros.
"Como se fosse a Madeira a única a ter dívida ou como se não fosse a Madeira uma gota de água no oceano da cratera portuguesa. E é uma grande falta de vergonha estar a centralizar as atenções na dívida da Madeira, quando a dívida da Madeira é uma gota de água no oceano", acrescentou o governante insular.
Jardim criticou também a teoria dos que defendem "que não se deve fazer dívida para não prejudicar a geração seguinte".
Segundo o chefe do Governo Regional, "a opção está certa: fazer dívida", argumentando que assim "esta geração já beneficia do que foi feito, construído, infraestruturado e as outras gerações, que também vão beneficiar, vão ajudar a pagar a dívida".
"Mais vale ter dívida e várias gerações beneficiárias do que não ter dívida nenhuma e as várias gerações não terem nada para beneficiar. Esta foi a minha opção e as pessoas julgarão", declarou.
Alberto João Jardim rejeitou ainda aceitar "andar a brincar aos números quando se trata da saúde e vida humana, seja em nome de que políticas forem".
Censurou também a "tentativa de aproveitamentos políticos" feita no hospital do Funchal, apontando que levou a que os novos médicos internos fossem "prejudicados por colegas mais velhos que fizeram com que esses jovens tivessem que ir para fora da região" para fazer os internatos.
Elogiando a forma como actual Bastonário da Ordem dos Médicos "está a encarar a questão e a devolver os médicos, a preparação das suas especialidades" na Madeira, o chefe do Governo madeirense considerou que o que se passou foi "uma patifaria".
"Não tem desculpa, não tem perdão, mais a mais porque se tratava de uma instrumentalização do mundo hospital para brincar à política e aos partidos", disse.
Jardim realçou ainda que o dr.Nélio Mendonça, é "um novo hospital que se vai de facto construindo a pouco e pouco, sem fantasias e sem demagogias para outros aproveitamentos".
Destacou a qualidade de um hospital "de grande categoria no país" e disse ficar "baboso de orgulho" com os elogios que recebe de estrangeiros que passam por aquela unidade de saúde da região.
As novas instalações hoje inauguradas têm uma área de 2.600 metros quadrados e vão ocupar sete serviços da consulta externa, designadamente, oftalmologia, neurologia, pediatria geral, neuropediatria, ortopedia infantil e centro de desenvolvimento da criança.
O Governo Regional face às dificuldades financeiras decidiu abandonar o projecto inicialmente considerado prioritário de construção de um novo hospital e optou por ampliar as instalações da unidade existente.