A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu hoje, sexta-feira, que o INEM "funciona bem" e que está disponível para atender a população quando precisar.
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"Garantimos à população que o INEM funciona bem e que está disponível para os atender quando precisarem", disse Ana Jorge aos jornalistas, no Parlamento, no final de um debate de urgência pedido pelo PCP.
A ministra sublinhou também que o INEM é um "bom" serviço de emergência pré hospitalar", que tem vindo "a melhorar a resposta".
"Até há algum tempo atrás havia tempo de demora de atendimento e isso hoje está ao nível do melhor que há, segundo os indicadores que temos", sustentou.
No encerramento do debate, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que "não haverá nenhuma redução dos meios operacionais do INEM", respondendo a várias questões dos partidos da oposição sobre a situação neste serviço.
O governante apontou vários números para sublinhar o reforço de meios no INEM com a governação PS, desde 2005, referindo que o número de viaturas médicas de emergência e reanimação subiram de 29 para 42, as ambulâncias de suporte imediato de vida aumentaram de 20 para 61, os helicópteros passaram de dois para cinco.
Sobre o número de trabalhadores ao serviço do INEM, o secretário de Estado referiu que subiu de 645 para 1.386 e actualmente há 118 enfermeiros neste serviço, face aos seis que existiam há cinco anos, manifestando-se confiante que no final do ano "haverá seguramente mais enfermeiros do que os que existem hoje".
"Temos problemas de contratação, mas uma parte dos atrasos tem a ver com o esforço que estamos a fazer para, em diálogo com as organizações representativas dos enfermeiros, encontrar um modelo contratual partilhado que inclua a prestação de serviços no INEM e nas urgências dos hospitais".
Sobre os enfermeiros, que estão hoje em greve, Pizarro sustentou que "não vale a pena agitar, a respeito de um conflito laboral, o espantalho do encerramento dos meios, que não ocorrerá".
O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, não ficou satisfeito com os esclarecimentos do Governo.
"Não explicou porque é que o INEM funciona num regime tal de carência de profissionais que as horas extraordinárias têm de ser programadas e constituírem o recurso normal", referiu o deputado comunista.
No final do debate de urgência, Bernardino Soares afirmou que "o Governo não gosta da expressão 'cortes cegos'", mas "os cortes de facto são bem determinados, visam o que o Governo sabe que vai atingir".
"Quando a senhora ministra diz que este corte [de cinco por cento nas horas extraordinárias nos hospitais] se vai fazer com a reorganização dos serviços, isso só tem um significado. Vão encerrar mais serviços e vão diminuir os horários dos serviços", apontou.
Bernardino Soares criticou a existência de "milhares de enfermeiros desempregados", que "não são contratados porque o ministro das Finanças não deixa" para poupar "dinheiro da contratação e na dignificação das carreiras a nível salarial".