O primeiro-ministro disse, esta sexta-feira, continuar a acreditar que Portugal está "na direção certa", apesar das previsões que apontam para o agravamento da recessão, mas diz que "não é preciso juntar mais austeridade" à necessária para controlar o défice.
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"Estamos na direção correta. Não existe necessidade de alterar a trajetória", afirmou Pedro Passos Coelho em Viena, durante uma conferência de imprensa conjunta com o chanceler austríaco, Werner Faymann.
Em resposta a questões da imprensa sobre a revisão das previsões da Comissão Europeia (que agora prevê uma contração de 1,9% da economia portuguesa este ano), Passos Coelho reconheceu que "com uma contração maior da procura externa, será muito difícil atingir os objetivos do défice nominal".
Mas, para o chefe do Governo, "é mais importante sublinhar que", para a Comissão Europeia e para os mercados, o essencial é "saber se, independentemente dos aspetos relacionados com o ciclo económico, a despesa estrutural do Estado está a aumentar ou a diminuir".
Ora, no caso português "o défice estrutural tem vindo a diminuir de forma muito significativa, e vai continuar a diminuir".
Por isso, considera Passos Coelho, o país está "na direção correta, não existe necessidade de alterar trajetória".
Para o primeiro-ministro, "não há razão para não deixar funcionar os estabilizadores automáticos".
"Isso não significa aumentar o défice estrutural do Estado, significa não juntar mais austeridade àquela que é necessária para controlar o défice", disse.
Passos Coelho conclui esta sexta-feira uma visita de 24 horas a Viena. Para além de um encontro com o chanceler austríaco, Werner Faymann, o governante português vai ainda encontrar-se com o Presidente federal da Áustria, Heinz Fischer.