Nuno Santos publicaria crónica de Crespo, mas entendeu motivos do director do JN
<p>O director de Programas da SIC, Nuno Santos recusou hoje, terça-feira, revelar à Comissão Parlamentar de Ética o teor de "conversas de circunstância, fortuitas, que são de natureza privada", como a que tiveram cinco pessoas - uma delas José Sócrates - durante um almoço num restaurante, "num tom de voz normal". </p>
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Questionado se interpretou essa conversa como uma pressão para afastar Mário Crespo da SIC, Nuno Santos referiu que tratando-se de "um encontro causal, acidental num restaurante, entre pessoas que se conhecem, naquela circunstância usar a expressão 'pressão', parece-me desadequado".
Mediante o relato que lhe foi feito da mesma conversa, Crespo escreveu uma crónica para o JN que não foi publicada. O que faria no lugar de Leite Pereira? quis saber uma deputada do PSD. Nuno Santos respondeu: "Não quero emitir juízos de valor sobre o trabalho dos outros, mas se eu fosse director do JN, diria que publicaria aquele texto porque tem uma assinatura em baixo". E porque Mário Crespo já escrevera outras crónicas no JN, "em que punha em causa e era mais contudente com o chefe de Governo.
"Não encontro razão para ela [a crónica] não ser publicada, mas encontro motivos no argumentário do director do JN quando disse que agiu de acordo com o que era a prática do jornal", concluiu, ressalvando que é mais fácil dizer o que se faria no lugar de outro, do que ser essa pessoa e que, se tratou "de uma decisão legítima". Embora a crónica tenha sido "amplificada" por esse epsiódio, ao ser depois publicada pelo "Diário de Notícias" e "24 Horas" - publicações do grupo - "o que faz cair por terra", disse, os argumentos de quem fala de uma alegada simpatia deste grupo para com o Governo.