As bases programáticas apresentadas pelo PS no sábado foram, este domingo, criticados pelos candidatos às europeias do PSD/CDS-PP, BE e CDU, que questionam a oportunidade e acusam os socialistas de estarem apenas a fazer "promessas".
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Durante a convenção "Novo Rumo para Portugal", que se realizou no sábado em Lisboa, o secretário-geral do PS, António José Seguro, apresentou as propostas que constam no "Contrato de Confiança", documento que contém as bases programáticas de um futuro executivo socialista.
Num almoço comício em Portuzelo, no concelho de Viana do Castelo, o cabeça de lista da coligação Aliança Portugal, Paulo Rangel, acusou os socialistas de apresentarem "promessas" sem pedirem desculpa aos portugueses pelos sacrifícios "que os obrigaram a sofrer".
Por sua vez, o Bloco de Esquerda criticou, em Peniche, o PS por ter apresentado o compromisso para o Governo durante a campanha para o Parlamento Europeu, considerando que se os socialistas não abdicarem do tratado orçamental estão apenas a fazer "promessas".
Já, o número um da lista da CDU às europeias de 25 de maio, João Ferreira, lastimou que o programa socialista para um futuro Governo faça "silêncio de chumbo" sobre a reposição de rendimentos aos trabalhadores, reformados e pensionistas, num almoço-comício no salão dos Bombeiros Voluntários da Amadora.
No encerramento do comício do PS, no Porto, o secretário-geral do partido considerou hoje que o Governo ficou "incomodado" com a divulgação pública das propostas programáticas socialistas e sustentou que a "onda de mudança" ultrapassa à esquerda e à direita as fronteiras do seu partido.
O candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, terminou hoje uma visita de dois dias Portugal para participar na campanha para as europeias, tendo sido recebido, na sede do PSD, em Lisboa, pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e visitado uma exploração de agricultura biológica, no concelho de Mafra, com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.
Num comício, sábado à noite, na Trofa, o também ex-primeiro-ministro do Luxemburgo recomendou aos portugueses que "não acreditem nos socialistas", que comparou ao navegador Cristóvão Colombo, a quem se referiu como sendo português.
Referindo-se a esta gaffe, o líder da Federação do Porto do PS, José Luís Carneiro, recomendou a Jean-Claude Juncker que estude a história da Europa e de Portugal.
A saída da "troika' de Portugal continua ainda a dominar algumas intervenções das candidaturas, com Francisco Assis a criticar a Comissão Europeia pela "chantagem" com que trata o Estado português sobre um eventual segundo resgate no caso de não cumprimento das metas do défice.
Em Beja, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de propagandear a "intrujice" da saída limpa da troika com interesses eleitoralistas e como parte da sua estratégia para "golpear ainda mais fundo" o regime democrático.