Primeiro-ministro saiu descontraído mas cansado

Apesar de ter pedido aos jornalistas, que o esperavam fora do estúdio para colher uma última reacção, que o deixassem ir jantar, José Sócrates aceitou responder a mais "uma ou duas perguntas relativas à entrevista". Sempre rodeado pelos seguranças e por Luís Bernardo, um dos seus assessores.

Embora durante a entrevista tenha confirmado que apresentou queixas por injúrias e difamação contra algumas pessoas, no âmbito do caso Freeport, à saída da RTP o primeiro-ministro tentou fugir à questão, dizendo que esta "não tem qualquer relevância pública" e que "não participa, nem quer participar, nesse espectáculo". E acrescentou: "se a justiça precisar de mim, não hesitará em pedir-me colaboração".

O chefe do Governo chegou ao Centro de Produção da RTP às 20.25 horas, envergando um fato azul escuro, gravata da mesma cor, embora num tom mais claro, e uma camisa branca. Foi recebido por Guilherme Costa e Luís Marinho, respectivamente, presidente do Conselho de Administração e administrador da RTP.

Sorridente e aparentemente descontraído, não hesitou em responder, já em directo, às perguntas da repórter do canal público que o interpelou logo à chegada, embora tenha perguntado, com alguma ironia, se a entrevista tinha já começado.

Sempre acompanhado por Luís Bernardo e pelos responsáveis máximos da RTP, o primeiro-ministro subiu ao segundo piso e foi encaminhado para a sala da caracterização. Ainda teve uns minutos para, em conjunto com o assessor, rever as notas e documentos que tinha preparado, os quais manteve sempre em cima da mesa durante a entrevista. Uma entrevista sem intervalo e, por isso, sem tempo para, a meio, trocar impressões com Luís Bernardo.

Pouco antes das 20.50 horas, desceu ao estúdio, onde já o aguardavam Judite de Sousa e José Alberto Carvalho para uma hora de entrevista.