O líder parlamentar do PSD disse hoje, sexta-feira, durante o debate da moção de censura do PCP ao Governo, estar certo de que "o PS não faria o que o PSD está a fazer pelo país neste momento".
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Reagindo à crítica feita no discurso do primeiro-ministro à abstenção dos sociais democratas nesta moção de censura, Miguel Macedo disse também que não é José Sócrates "que determina o sentido de responsabilidade do PSD para com o país".
Na resposta, o primeiro-ministro, José Sócrates, assinalou que o texto da moção do PCP também censura o PSD.
"O que ficamos agora a saber é que o PSD não se importa que o censurem e abstém-se num texto em que o censuram. Eu nunca vi um partido abster-se numa moção em que o censuram também", disse
Miguel Macedo dedicou a maior parte do seu tempo insistindo na suspensão das grandes obras públicas, especialmente a rede ferroviária de alta velocidade, argumentando que "Portugal não tem neste momento dinheiro para fazer estes projectos".
"Não temos o direito de endividar ainda mais o Estado", defendeu.
O líder parlamentar do PSD argumentou ainda que "os portugueses olham para o aumento de impostos, por um lado, e para o lançamento do TGV, por outro, e não vêem neste comportamento do Governo um critério de equidade, de bom senso e de responsabilidade".
Quanto ao TGV, José Sócrates reiterou a posição do Governo de, "em função da anulação do concurso da terceira travessia, suspender o lançamento desse troço entre o Poceirão e Lisboa por forma a esperar o momento em que os mercados financeiros estejam em melhor situação", mantendo contudo o prazo acordado com Espanha para a conclusão dessa obra: 2013.
O primeiro-ministro criticou a posição do PSD e do CDS-PP sobre esta obra, "dois partidos que quando estiveram no Governo decidiram fazer o TGV e decidiram fazer cinco linhas de TGV", que agora "parece que não assinaram nada com Espanha".
Miguel Macedo respondeu que isso aconteceu "há seis anos ou sete" e que o primeiro ministro que sugere que nesse período "nada mudou" é o mesmo que diz "que numa semana ou duas tudo mudou no mundo".