O líder do PS/Porto, Renato Sampaio, acusou hoje, sábado, o PSD de fazer "apagões" em relação às suas propostas mais polémicas e de ameaças a estabilidade política, contrapondo que o futuro não se constrói "com passos atrás".
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Falando na "rentrée" do PS de Matosinhos, Renato Sampaio defendeu como um dos objectivos a concretização a prazo da regionalização, acusou o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, de obstaculizar investimentos públicos e deixou um forte ataque ao líder social democrata, Pedro Passos Coelho.
"Para o PSD, a construção de um projecto faz-se ao sabor dos factos e não com base em convicções. No comício [social democrata] do Pontal, o PSD esqueceu-se da sua prioridade na revisão constitucional, mas ameaçou a estabilidade política em Portugal", disse o líder do PS/Porto.
Em contraste, segundo Renato Sampaio, "o PS sabe que o futuro não se constrói com apagões de memória, nem com passos atrás".
"O PS não desiste das suas convicções de defesa da escola pública, da protecção social pública, do Serviço Nacional de Saúde, dos projectos de modernização do país e de reforma da administração do território", afirmou.
O secretário geral da JS, Pedro Alves, subiu à tribuna para dizer que a defesa do Estado social é o programa que hoje mobiliza os socialistas.
Na sua intervenção, Pedro Alves evocou o desembarque na praia do Mindelo há 190 anos que instaurou o liberalismo em Portugal, a fracassada revolta republicana do Porto de 1891 e o ideal da I República de escola pública.
"O presidente do PSD quer rasgar os princípios constitucionais do Estado social, mas agora está arrependido, porque caiu nas sondagens e percebeu que os portugueses não se revêem nas suas propostas", acusou.
Em ano de centenário da revolução de 05 de Outubro, o secretário geral da JS terminou a sua intervenção com um "Viva a República".
O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, o primeiro orador da "rentrée", abriu a sua intervenção com um lema dos homens do mar, segundo o qual, em caso de tempestade, só se entregue o leme a "comandantes com fibra".
Guilherme Pinto lembrou depois que Matosinhos é a terra do computador "Magalhães" e elogiou os governos de José Sócrates, dizendo que "há um antes e um depois em Portugal" em sectores como a saúde, a educação, a segurança social e a segurança social.
O presidente da Câmara de Matosinhos deixou um apelo à mobilização dos militantes socialistas, tendo em vista os próximos meses: "por mais inquebrantável que seja a vontade de José Sócrates, por mais inesgotável que seja a sua energia, ninguém faz um país sozinho".