O secretário-geral do PS defendeu, esta quarta-feira, uma renegociação "profunda" do programa de ajustamento português junto da troika, sustentando que sem essa mudança é irrealista pensar que Portugal pode cumprir metas e prazos estabelecidos.
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"Propomos uma renegociação profunda do nosso programa de ajustamento", declarou António José Seguro na sua intervenção de abertura no debate da moção de censura do PS ao Governo, na Assembleia da República.
Num período do seu discurso em que se dedicou a apresentar algumas das ideias base de um futuro executivo liderado pelos socialistas, António José Seguro disse ter consciência que essa renegociação "profunda" com a troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) será "difícil" e que exigirá "uma posição política forte".
Mas, para o PS, de acordo com Seguro, "estar sob assistência financeira nunca significou submissão", até porque "a nossa dignidade como povo e como país não está à venda".
"Sem esta renegociação é irrealista pensarmos em cumprir as metas e os prazos estabelecidos. Para além de razões de natureza ideológica, trata-se de uma questão de óbvio bom senso", sustentou.
Na parte em que o secretário-geral do PS procurou traçar linhas de demarcação face ao executivo PSD/CDS, António José Seguro disse que, se os socialistas fossem agora Governo, paravam "com a política de austeridade e de cortes de quatro mil milhões de euros na educação, na saúde e na segurança social".
"Um Governo liderado pelo PS estabilizará a economia, através da redução do IVA da restauração para 13%, do aumento do salário mínimo e das pensões mais baixas, a par da estabilização do quadro fiscal no âmbito da concertação social", apontou.
Em síntese, Seguro disse que se o PS for Governo desenvolverá políticas para a promoção da captação do investimento direto estrangeiro, fomento das exportações e o lançamento de um programa de substituição das importações por aumento da produção nacional.