José Sócrates considerou "absolutamente lamentável" a questão que lhe foi colocada sobre o caso "Face Oculta", na sequência das declarações de Manuela Moura Guedes.
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No último dia da visita a Moçambique, antes de embarcar rumo a Portugal, o primeiro-ministro José Sócrates foi confrontado com as declarações de Manuela Moura Guedes, com o caso "Face Oculta" em pano de fundo, sobre a alegada tentativa do Governo em controlar a TVI.
"Tenha piedade, não é aqui que vou falar desse caso absolutamente lamentável", respondeu José Sócrates aos jornalistas. "Enquanto estive em Moçambique, não me preocupei com questões de politiquice caseira", acrescentou, já nos momentos que antecederam a entrada para o avião, que entretanto deixou Maputo, com destino a Lisboa e cerca de 10 horas de viagem.
A jornalista Manuela Moura Guedes afirmou quarta feira na Comissão de Ética, no Parlamento, que "também" os investigadores do caso Freeport são pressionados, e não apenas os jornalistas, dizendo conhecer o caso de uma inspectora que "recebe telefonemas dos assessores do primeiro ministro".
Pela manhã, o primeiro ministro cumpriu a "tradição" das visitas oficiais e correu pelas ruas de Maputo. José Sócrates saiu do hotel cerca das 8:30 horas locais, e correu durante meia hora pelo movimentada avenida Julius Nyerere.
O chefe de Governo foi surpreendido por uma chuva tropical de curta duração, mas não foi nada que o impedisse de completar a corrida. No final, justificou o 'jogging' sustentando que "é preciso estar em forma" ou, caso contrário "comem-nos vivos".
José Sócrates respondeu assim com algum sentido de humor e ironia aos ataques de que diz ser alvo dos seus opositores em Portugal.
O primeiro ministro já realizou corridas em Luanda, Angola, em Caracas, Venezuela, em Pequim, na China e em Moscovo, na Rússia.