O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje, domingo, na sua primeira presença na "Festa da Liberdade" dos socialistas madeirenses, que "o insulto degrada a democracia e a liberdade e é uma arma dos fracos".
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Na Fonte do Bispo, nas serras do Paul da Serra, concelho da Calheta, José Sócrates declarou que se deslocou à Madeira para "cumprir o seu dever como líder do partido, para defender o que o PS fez no Governo", apresentar o programa socialista para os próximos quatro anos e falar do "que está em jogo nas próximas eleições."
"Não venho aqui para dar lições de boa educação, nem para ensinar boas maneiras ou o que é de bom gosto. O insulto degrada a democracia e a liberdade e é uma arma dos fracos.
Os que insultam, insultam-se a si próprios", disse. Sócrates salientou que nos próximos actos eleitorais a escolha é "entre duas atitudes", argumentando ser entre "o PS que se empenha para resolver os problemas do país" e os outros quatro partidos que baseiam as suas políticas "na descrença, pessimismo e maledicência, dizendo mal do PS e do Governo que quer puxar pelo país e está empenhado no combate à crise".
"Não é com maledicência e pessimismo que se resolve qualquer problema do país", realçou.
Criticou o "fracasso" da governação da coligação PSD/CDS que resultou na redução das politica sociais e o "partido que anda sempre a falar em seriedade e verdade", sublinhando: "sempre desconfiei dos fariseus".
"Seriedade é apresentar o programa político e as propostas e não os candidatos", acrescentou.
Enunciou as várias medidas tomadas pelo Governo da República do PS ao nível da saúde, politicas sociais, educação, energia, garantindo "ter feito o que devia, tomando medidas patrióticas em nome de um futuro melhor para todos os portugueses".
José Sócrates defendeu que o combate à crise económica mundial deve passar pela "aposta no papel do Estado", sendo este "o momento do Estado agir", sublinhando ser necessário mais investimento público.
Mencionou que, de acordo com os dados do segundo trimestre deste ano, "a economia portuguesa foi uma das poucas europeias que saiu da recessão, uma boa noticia para o país que foi recebida com desconforto e azedume por parte dos partidos da oposição."
"Não é com pessimismo que vamos lá, mas com empenho, determinação e confiança", destacou. Referiu as medidas do novo programa do PS, entre as quais o intensificar das políticas sociais, como o novo complemento solidário para as famílias carenciadas com menores rendimentos e apoios à natalidade que ajude a autonomia dos jovens, designadamente uma conta-poupança de 200 euros, com benefícios fiscais, para agregados com filhos, a ser utilizada quando a criança tiver 18 anos.
Sócrates apelou ainda ao apoio dos madeirenses, destacando que, "quem conta com a Madeira, encontra sempre mais do que a conta. A Madeira nunca falhou".
E concluiu: "sei bem distinguir entre o discurso radical e os insultos de alguns e o povo generoso e trabalhador da Madeira e Porto Santo".
José Sócrates conseguiu, em final de mandato, arranjar espaço na sua agenda para realizar uma aspiração do PS/M e deslocou-se à Madeira para participar na Festa da Liberdade, na Fonte do Bispo, onde foi saudado por milhares de madeirenses.
Pela Fonte do Bispo em anos anteriores passaram outros dirigentes socialistas, caso de Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso, Jorge Coelho, Edite Estrela e Augusto Santos Silva.