As seguradoras envolvidas no acidente de ontem, segunda-feira, na A25 deverão accionar um protocolo para choques em cadeia que prevê a indemnização imediata dos proprietários dos veículos antes do apuramento de responsabilidades, disse a Associação Portuguesa de Seguradores.
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Na tarde de ontem, registaram-se dois graves choques em cadeia na A25 que envolveram cerca de meia centenas de veículos, dos quais resultaram cinco mortos e 72 feridos.
"Ao abrigo deste protocolo as seguradoras abdicam do apuramento da responsabilidade e regularizam os danos - materiais ou corporais - directamente com os seus segurados", explicou Miguel Guimarães, director geral adjunto da Associação Portuguesa de Seguradores, acrescentando que as seguradoras deverão reunir-se nos próximos dias para decidir a decisão a tomar.
Num acidente de trânsito sem estas características, as seguradoras fazem a peritagem do sinistro para avaliar de quem é a culpa e depois de apuradas as responsabilidades, a seguradora do veículo culpado assume as despesas pelos danos causados no outro automóvel.
Caso o protocolo seja accionado para o choque em cadeia de segunda-feira, cada seguradora "assume os danos ocorridos nos veículos da sua própria companhia" ainda antes de concluído o processo de peritagem do acidente, o que torna o "processo de indemnização muito célere", acrescentou o responsável.
Só numa segunda fase, as seguradoras procedem ao apuramento de responsabilidades e definem a partilha de despesas entre si.
Em 2000, um choque na A1 que envolveu 223 veículos levou à criação de um protocolo específico para acidentes em cadeia, entretanto assinado por mais de 30 seguradoras que actuam em Portugal.
Desde então, este protocolo já foi accionado por quatro vezes: em Dezembro de 2003 num acidente na A1 que envolveu 23 veículos; em 2004 num choque na A23 entre 71 automóveis; em Outubro de 2005 num sinistro da A1 de 25 veículos e em Novembro do mesmo ano num acidente de 70 veículos.