<p>A morte de António Gonçalves, Mateus, para os amigos, em Andorra, deixou a freguesia de Rio Caldo, no Gerês, em estado de choque. António vivia, há 30 anos, com a mulher e os três filhos em Andorra mas voltava todos os anos no Natal e em Agosto.</p>
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"Trocou a serra do Gerês pelas montanhas de Andorra", comentou ao JN Maria José Caldas, vizinha da família Mateus que continua a viver a poucos metros do Santuário do S. Bento da Porta Aberta, em Terras do Bouro, distrito de Braga.
Há poucos dias, António comunicou a amigos da "terra" a compra de uns metros de terreno para construir uma garagem junto à casa que possui em Rio Caldo. A casa de férias em Portugal, restaurada, só é habitada duas vezes por ano mas, no Natal já teria uma garagem para guardar os carros da família.
Foi o sonho de uma vida melhor que levou António Gonçalves até Andorra. Aos 53 anos, com os filhos criados e um salário acima do que poderia ganhar em Portugal, o emigrante começava a pensar reformar-se.
As irmãs e a mãe do operário, a viver em Rio Caldo, remetem-se ao silêncio e pediram aos jornalistas para se afastarem. Uma das irmãs chegou ontem à noite de Fátima onde tinha participado numa excursão.
"Era boa pessoa, dava-se muito bem com as pessoas de cá quando vinha passar férias e tinha muito gosto em ter uma casa voltada para a barragem da Caniçada", referiu Maria José Caldas.
Apesar de ser quase certo que o funeral de António Gonçalves será realizado na aldeia onde nasceu, ainda não há dados concretos sobre a vinda do corpo para Portugal.
"Ainda ninguém falou comigo", referiu o padre Adelino Costa, pároco de Rio Caldo.