Arnaldo Rebelo, ex-deputado socialista e advogado de clientes que se consideram lesados pelo Banco Português de Negócios, morreu na madrugada de domingo, em Alcobaça
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Nascido em 1954, Arnaldo Augusto Homem Rebelo foi deputado durante a VII legislatura (1995-1999), eleito pelo círculo de Leiria.
O advogado, que contribuiu para a criação da Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN, foi ouvido na comissão de inquérito à nacionalização e reprivatização do BPN, a 18 de julho.
Disse, na altura, que as ações em tribunal dos clientes que representava poderiam chegar aos 160 milhões de euros.
Arnaldo Rebelo sugeriu, na mesma ocasião, que o Governo criasse uma comissão para negociar com os pequenos investidores no BPN os valores que estes reclamam, o que "evitaria entupir os tribunais" e pouparia ao Estado o "pagamento de juros", caso perca as ações judiciais.
O advogado tornou-se conhecido depois de ter vencido em tribunal o caso de uma idosa de 89 anos, que subscreveu 100 mil euros em papel comercial da Cimentos Nacionais e Estrangeiros, pensando que estaria a aplicar o dinheiro em depósitos a prazo. O Tribunal de Aveiro condenou o BPN a pagar 100 mil euros.
A votação final do relatório de conclusões da comissão de inquérito sobre o BPN foi adiada para a próxima semana, em princípio na sexta-feira.
A decisão foi tomada com o acordo de todas as bancadas, depois de as propostas de alteração incluídas na versão final do relatório, da autoria do social-democrata Duarte Pacheco, apenas terem sido distribuídas aos deputados às 17:50 de quinta-feira passada e somente por via informática.
Na reunião de quinta-feira, o BE anunciou que votará contra o relatório final da comissão.