Sindicato alerta para falta de enfermeiros no "heli" do INEM em Santa Comba Dão
Sindicato dos Enfermeiros Portugueses diz que "grande parte" da equipa de enfermagem do helicóptero de Santa Comba Dão usado pelo INEM vai estar indisponível para assegurar os turnos a partir de domingo.
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"A partir das 7 horas de 1 de Agosto a actual equipa de enfermagem do helicóptero de Santa Comba Dão estará indisponível para continuar a manter a funcionalidade do meio, não assegurará grande parte dos turnos, o que quer dizer que se correrá o risco de esse helicóptero estar inoperacional", revelou Pedro Frias, da direcção nacional do SEP.
Ao alertar para os "problemas que poderão advir para a população" com esta decisão, o dirigente explicou que ela é tomada por "grande parte da equipa" que assegura os turnos de funcionamento do helicóptero de Santa Comba Dão que se encontra ao serviço do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).
Em conferência de imprensa hoje, segunda-feira, em Coimbra, sobre a área da emergência pré-hospitalar, Pedro Frias explicou que a posição destes enfermeiros se deve à "ausência de pagamento desde há cinco meses" e à "perda de regalias", nomeadamente o não pagamento do subsídio de deslocação.
O membro da direcção nacional do SEP disse ainda que aqueles profissionais entendem também que "está em causa a qualidade e segurança dos cuidados que prestam aos utentes", alegando que "não existe nenhum protocolo para a esterilização dos materiais que são usados" e aludindo ainda à falta de fardamento específico.
Segundo Pedro Frias, com esta decisão "mais de 80% dos turnos estarão inoperacionais".
Na conferência de imprensa, o dirigente sindical denunciou a alegada substituição pelo INEM de algumas ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida) por ambulâncias SBV (Suporte Básico de Vida), prevendo que diversas das primeiras ficarão "inoperacionais em Agosto", devido à carência de profissionais e ao período de férias.
"O conselho directivo do INEM deve admitir mais enfermeiros para as SIV já em Agosto, sob pena de elas estarem inoperacionais", sustentou.
Ao reiterar a defesa da demissão do conselho directivo do INEM, Pedro Frias apelou também à intervenção do Ministério da Saúde para "olhar com outros olhos" para esta área da emergência pré-hospitalar e "repensar se é esta equipa que deve continuar a conduzir o destino" daquele organismo.