Os chefes da missão da 'troika' em Portugal afirmaram, esta quarta-feira, estar muito satisfeitos com o trabalho realizado e consideraram que o sector privado deve seguir o exemplo do público e aplicar "reduções sustentadas" nos salários. Enalteceram o compromisso do Governo com o programa, mas também do PS com os seus principais pontos.
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No comunicado entregue pela "troika" aos jornalistas, pode ler-se: "A fim de melhorar a competitividade dos custos de mão-de-obra, os salários do sector privado deverão seguir o exemplo do sector público e aplicar reduções sustentadas".
A satisfação com o trabalho realizado por Portugal foi notório. "Estamos muito satisfeitos com esta segunda revisão, em particular com o compromisso do Governo em implementar o programa. Sabemos também que o principal partido da oposição concorda com os principais pontos do programa", disse o líder da missão da Comissão Europeia, Jürgen Kröger.
O responsável, que apresentava as linhas gerais da segunda avaliação do programa de assistência económica e financeira, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, em Lisboa, sublinhou ainda que as reformas estruturais serão uma parte fundamental na próxima avaliação.
Do lado do Banco Central Europeu, o líder da equipa, Rasmus Rüffer, disse que na parte financeira do programa, as autoridades portuguesas já vão bastante avançadas, sublinhando em particular o trabalho do Banco de Portugal, mas mantendo que os bancos terão de cumprir as regras estabelecidas no programa.
O programa acordado entre Portugal e a 'troika' pode sofrer um ajustamento no futuro, mas por agora está adaptado à realidade económica, pelo que ainda é cedo para pensar num aumento do envelope financeiro de 78 mil milhões de euros.
"Mudança podem ser implementadas no programa, mas de momento não é altura de pensar num envelope [financeiro] mais elevado ou seja o que for. De momento, o programa está bem e a correr bem", afirmou Jürgen Kroger.
Ainda assim, o responsável referiu que os peritos da 'troika' estarão atentos às mudanças nas condições económicas para "ajustar o programa às condições económicas".
Também Poul Thomsen, do Fundo Monetário Internacional, afirmou que o programa é "ambicioso" mas "viável", pelo menos para já. "Se a economia viesse a ter um resultado pior do que esperado teríamos rever tudo, mas neste momento achamos que as políticas são ambiciosas mas adequadas", considerou Poul Thomsen.