Violência doméstica: mais de 116 queixas por dia entre julho e setembro deste ano

Programa para agressores de violência doméstica recebeu quatro homens por dia entre julho e setembro deste ano
Foto: Arquivo
No terceiro trimestre de 2025, o volume de ocorrências que chegou à PSP e GNR atingiu valor recorde nos últimos sete anos. O número já estava a crescer entre março e junho, quando foram recebidas uma média de 86 queixas por dia, mas entre julho e setembro o valor disparou para as 116 participações diárias chegadas às forças de segurança.
Corpo do artigo
Em apenas seis meses de diferença, o número de queixas por violência doméstica que chegou às autoridades disparou. Entre julho e setembro foram feitas mais 30 participações por agressão em contexto conjugal do que entre março e junho. Ao detalhe, PSP e GNR receberam um total de 10.558 no terceiro trimestre - o que configura 116 queixas diárias - e 7713 no segundo trimestre, perfazendo as quase 86 participações por dia.
No mesmo período, foram registados cinco homicídios em contexto de violência doméstica, elevando para 18 o número de mortos este ano, dos quais 16 eram mulheres e dois homens. Já o número de homicídios nos primeiros nove meses de 2025 é igual ao do mesmo período de 2024 e inferior, por exemplo, ao de 2022.
Programa para agressores recebeu quatro homens por dia
No que diz respeito ao Programa para Agressores de Violência Doméstica (PAVD) - que pretende reabilitar quem agride -, o número também escalou entre o segundo e terceiro trimestres deste ano.
Se no segundo trimestre foram 2694 os homens que participaram neste programa comunitário de reabilitação, no terceiro foram 3022. Olhando para a diferença entre os dois períodos, em setembro havia mais 328 pessoas a integrarem o PAVD face a junho de 2025. Números que indicam que esta resposta à violência doméstica viu chegar quase quatro pessoas por dia entre 1 de junho e 30 de setembro deste ano.
Recorde-se que o PAVD é uma solução que funciona em meio comunitário - podendo também ser feito em contexto prisional - com duração de 18 meses, que se destina a homens agressores por violência conjugal e inclui sessões de grupo e conteúdos psico-educacionais que visam a aquisição de competências e a mudança de atitudes e de comportamentos violentos.

