O juiz de Braga Manuel Mota já entregou o relatório do jogo F. C. Porto-Famalicão e no documento, a que o JN teve acesso, garante não ter ouvido o alegado insulto racista do médio famalicense ao defesa portista, embora reconheça que ouviu uma palavra que não conseguiu perceber.
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A situação aconteceu ao minuto 87 da segunda mão da meia-final da Taça de Portugal. Depois de disputar uma bola com Fábio Cardoso, Colombatto ficou estendido no relvado e trocou algumas palavras com Pepe, quando o internacional português se aproximou.
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Quase de imediato, o central mostrou uma enorme indignação junto do árbitro da partida, dando mesmo a entender, por gestos, que ponderava abandonar o relvado, e revelando a razão após o apito final, em declarações à RTP na zona de entrevistas rápidas.
"Infelizmente, o árbitro não teve coragem, é mesmo assim, porque ouviu que ele chamou-me 'mono' (macaco, em castelhano). Toda a gente sabe o que é. Eu não saí de campo por respeito às pessoas que vieram cá e pagaram e às pessoas que estão em casa a ver. É lamentável, ainda mais na frente do árbitro. Ele ouviu e estava tão atrapalhado que dizia que não foi 'mono', foi 'monada'", disse Pepe que, entretanto, formalizou queixa na Polícia de Segurança Pública.
Já esta sexta-feira, num texto publicado nas redes sociais, Colombatto negou, em absoluto, qualquer insulto racista a Pepe, no dia em que os dois clubes foram notificados do relatório, podendo apresentar as respetivas defesas até à próxima segunda-feira.
Em relação ao relatório do árbitro, que será fundamental num eventual processo disciplinar, Manuel Mota parece ilibar o médio do Famalicão. "Aos 87 minutos, o jogador número 3 [Pepe] dirigiu-se ao árbitro dizendo que o número 97 [Colombatto] lhe chamou macaco e que eu ouvi. Ao que repondi 'macaco não chamou', embora tenha ouvido uma palavra que não consegui perceber", especificou Manuel Mota no relatório de jogo, a que o JN teve acesso.