O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse que Portugal está a tomar todas as medidas necessárias para cumprir o acordo de assistência financeira sem necessitar de mais ajudas, mas admitiu que "há imponderáveis", nomeadamente a situação internacional.
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Questionado sobre a possibilidade de Portugal ter de renegociar a dívida, o ministro não respondeu directamente à questão, afirmando que o país está "a fazer tudo o que devia fazer para sair da situação actual", "a fazer o trabalho de casa", mas admitiu que nem tudo depende do Governo.
"Há imponderáveis em todas estas questão, principalmente a situação internacional, mas estamos a fazer o nosso trabalho", sublinhou o governante à margem de um encontro com empresários, organizado pela Câmara de Comércio Americana em Portugal (CCAP), lembrando que "a economia portuguesa está dependente também da evolução da economia internacional".
Álvaro Santos Pereira salientou que o Governo está "a fazer uma consolidação orçamental credível" e a "implementar um conjunto de reformas verdadeiramente estruturais" que vão permitir o crescimento económico e uma maior competitividade da economia portuguesa, e congratulou-se com o facto das reformas serem feitas "num clima de grande acordo entre sindicatos, entidades patronais e o Governo".
Sobre o impacto do embargo ao petróleo proveniente do Irão, o ministro considerou que "irá certamente haver algum reflexo no preço do crude", embora tudo dependa do evoluir da situação.
Álvaro Santos Pereira disse aos cerca de 200 empresários portugueses e norte-americanos que participaram no encontro que o Governo está empenhado em cumprir o programa de assistência financeira e focou-se nas reformas estruturais que estão a ser feitas, no campo laboral, dos licenciamentos e da justiça.
Apontou o acordo de concertação social, obtido na semana passada, como um exemplo de união e sublinhou a aposta na melhoria do ambiente de negócios que passa por "eliminar os obstáculos que estão a impedir o crescimento económico.
O ministro destacou também a "mudança do paradigma das insolvências" que pretende dar através do programa 'Revitalizar' uma segunda oportunidade às empresas em dificuldades que "quase sempre morrem sem qualquer hipótese de recuperação.
O Governo quer "dar tempo" a estas empresas "para serem reestruturadas em dois ou três meses, sem que a própria máquina do Estado retire activos que podem ser importantes", através do fisco e da Segurança Social.