No Príncipe Real, a nova carta do Pica-Pau recebe o verão com sabores tradicionais
O restaurante liderado pelo chef Luís Gaspar, que se mantém fiel ao receituário tradicional da cozinha portuguesa, tem novos pratos e petiscos para provar, no coração de Lisboa.
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Espalhadas pelas paredes, uma dose generosa de fotografias emolduradas vão-nos reavivando a memória e transportando para as receitas, as tradições e os quotidianos de outros tempos, com imagens antigas - muitas a preto e branco - de salas de fumeiro, da apanha da azeitona, de jarros que se enchem em fontes comunitárias, de mercados de rua, de retratos de pescadores, peixeiras, sapateiros e guardadores de rebanhos.
Um Portugal que não só não se quer esquecer, como se quer homenagear. A premissa, aliás, que Luís Gaspar mantém na cozinha do Pica-Pau, o restaurante do Príncipe Real aberto há precisamente três anos, onde lateja a cozinha típica portuguesa, tal como ela é. "Continuamos com a nossa missão de respeitar o nosso património e o receituário tradicional, sem invenções", explica o chef natural de Leiria, que há dois anos recebeu a distinção de Chef de L"Avenir pela Academia Internacional de Gastronomia, também ele responsável por outras duas casas lisboetas de sucesso, a Sala de Corte e o Brilhante. De resto, antes de abrir o Pica-Pau, inspirou-se em livros de Maria de Lourdes Modesto e de Virgílio Nogueiro Gomes, entre outros.
Os pequenos produtores e os ingredientes de época são os alicerces da cozinha, que tem novos pratos por estes dias. E nos meses frios o Pica-Pau já serviu sopa da pedra ou caldo verde, um dos atuais reforços mais frescos e aromáticos é a nova sopa fria de melão, presunto e poejo. Junta-se agora também a conserva de sardinha em broa de milho e cama de escabeche; o Brás de cogumelos e espargos verdes; o arroz de garoupa e camarão - antes era de tamboril; e o clássico arroz de pato no forno.
Recentes são ainda os ovos verdes, uma ode à cultura petisqueira alfacinha. E os pratos do dia, escritos numa ardósia, também estão renovados, alterando-se este leque a cada estação. Desta vez, aposta-se em filetes de pescada com arroz de tomate (segundas), entrecosto com ervilhas e ovo escalfado (terças), feijoada de choco (quartas), salsichas com couve-lombarda (quintas), arroz de cabidela (sextas), arroz de polvo (sábados) e cabrito com arroz de forno (domingos). Nos novos doces, o restaurante do grupo Plateform reforça-se com Morgado do Bussaco (à fatia ou por inteiro) e o pão de ló, na versão húmida.
Na sala interior, o mapa pendurado com as regiões vitivinícolas portuguesas pode ajudar na escolha do vinho - a garrafeira da casa tem cerca de 40 rótulos nacionais -, mas quem preferir a mixologia, pode optar pelo especial da casa, o cocktail Amarguinha Sour (licor de amêndoa, limão e clara de ovo).
Pica-Pau
Rua da Escola Politécnica, 27, Lisboa
Tel.: 212698509
Web: restaurantepicapau.pt
Das 12h às 16h e das 19h às 00h. Sexta e sábado, das 12h à 1h. Domingo, das 12h às 00h.
Preço médio: 25 euros