O juiz Rui Rangel já se encontra no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, para conhecer as medidas de coação no âmbito da Operação Lex, na qual é arguido.
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À entrada do tribunal, o juiz-desembargador estava visivelmente abatido. Já o seu advogado, João Nabais, disse que apresentou a defesa na segunda-feira, não esperando para hoje "nem o melhor, nem o pior".
Nabais acabou por dizer aos jornalistas que o juiz-conselheiro convocou Rui Rangel para estar presente esta quarta-feira, acrescentando que Fátima Galante já estaria no interior do Supremo.
Os dois juízes-desembargadores podem ser proibidos de sair do país e ver decretada a suspensão do exercício de funções, reiterando a suspensão que já ocorreu no âmbito de inquéritos disciplinares no Conselho Superior de Magistratura.
Rui Rangel e Fátima Galante são juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa e estão indiciados por crimes de fraude fiscal e branqueamento. No interrogatório no Supremo Tribunal de Lisboa, na semana passada, decidiram remeter-se ao silêncio.
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Os dois foram suspensos das suas funções pelo Conselho Superior da Magistratura, que também impediu a promoção de Galante ao Supremo.
A operação Lex tem pelo menos 13 arguidos, entre os quais se encontram o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues e três advogados.
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Cinco arguidos foram mesmo detidos - os advogados Jorge Barroso, José Santos Martins e Bernardo Santos Martins, o oficial de Justiça Octávio Correia e Rita Figueira, ex-mulher do juiz Rui Rangel. Todos saíram em liberdade após primeiro interrogatório judicial, mas sujeitos a Termo de Identidade e Residência e proibição de contactos. Um dos advogados, que não foi identificado, terá de pagar uma caução de 25 mil euros.
A Operação Lex investiga branqueamento de capitais, fraude fiscal, tráfico de influências e corrupção/recebimento indevido de vantagens.
Na operação, desencadeada no passado dia 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, à casa de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.