Portugal teve uma recepção em grande na África do Sul. Em Magaliesburg, cerca de três mil pessoas esperavam a selecção, às quais se juntaram as que acompanharam o autocarro, desde Joanesburgo.
Corpo do artigo
[videojn:1586914]
A África do Sul ainda não vira nada assim. A chegada da selecção nacional ao local de estágio, o Valley Lodge, em Magaliesburg, resultou numa festa sem paralelo, até ao momento, no que diz respeito a recepções a equipas que participarão no Mundial 2010.
Cerca de três mil pessoas invadiram as ruas e pintaram-nas com o verde e o vermelho da bandeira portuguesa. Muitos emigrantes, é certo, mas também muitos sul-africanos, que quiseram juntar-se à festa. Nem a selecção brasileira, a mais apreciada na África do Sul, foi vitoriada por tamanha multidão.
No centro de Magaliesburg, a festa começou bem cedo. Os emigrantes prepararam petiscos bem portugueses, como sardinha e chouriço assado, e trataram de dar à festa um cheirinho lusitano. Famílias inteiras acotovelaram-se para ver a passagem do autocarro. Enfim, com tanta festa e euforia nas ruas, foi mesmo uma entrada à campeão.
A selecção chegou a Joanesburgo às 9.10 horas (mais uma na África do Sul). No exterior do Aeroporto O. R. Tambo, encontravam-se centenas de portugueses e um grupo de motards, que, posteriormente, seguiram o autocarro até ao hotel onde a formação de Queiroz se instalou.
Patra trás ficara um voo tranquilo, em que o seleccionador estivera particularmente bem-disposto, tendo percorrido a aeronave para conversar com os jornalistas. "Não consigo ter ideia de quantas vezes fiz este trajecto para África do Sul ou Moçambique. Mas esta é a viagem!", disse.
Duas horas depois de deixarem o avião, os jogadores chegaram a Magaliesburg cansados, mas com força suficiente para acenar à multidão, que bem mereceu o carinho, pois nem sequer pôde ver os craques fora do autocarro.
A Polícia fechou os acessos ao Valley Lodge. Aliás, para além da festa, destacou-se o forte dispositivo policial. A selecção foi acompanha por 12 carros das forças de segurança, com polícias armados até aos dentes. Alguns agentes, munidos de metralhadoras e granadas, mostravam que as autoridades sul-africanas apostam forte no conteúdo dissuasor.
O percurso entre Joanesburgo e Magaliesburg, cerca de 80 km, também teve vigilância aérea, por helicópteros que quase passavam despercebidos, tal era o barulho das vuvuzelas e a gritaria.
Em contraste puro com tamanho aparato bélico, um emigrante luso lançou um bando de pombas, também elas decoradas com as cores de Portugal, erguendo bem alto o sonho que, ontem, passava de boca em boca: "Portugal campeão do Mundo".