As mesas de voto encerraram hoje, domingo, no Iraque às 14:00 TMG (mesma hora em Lisboa), com um balanço da violência no dia das legislativas que é de 38 mortos e mais de 100 feridos.
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As operações de contagem dos votos começaram imediatamente após o encerramento das urnas, segundo imagens divulgadas pelas televisões.
Os eleitores iraquianos foram votar em grande número, apesar dos disparos de morteiros e das bombas que já causaram 38 mortos e mais de 100 feridos em Bagdad, num dia de eleições legislativas cruciais.
Longas filas eram visíveis diante dos locais de votação em todo o país, incluindo nas regiões sunitas, como em Mossul (norte) ou al-Anbar (oeste), que boicotaram o escrutínio em 2005, segundo correspondentes da agência noticiosa francesa AFP.
A votação foi rodeada de impressionantes medidas de segurança. A Al-Qaida ameaçou de morte quem participasse no escrutínio, considerado crucial para a estabilidade do país, a seis meses da partida das tropas norte-americanas de combate e a menos de dois anos da retirada total.
Desde que as urnas abriram, os disparos de morteiro abalaram a capital, sobrevoada por helicópteros. Caíram pelo menos 70 projécteis, sobretudo nos bairros sunitas.
O primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, que votou num hotel da "zona verde" de Bagdad, minimizou a violência.
"Estes ataques são só barulho para impressionar os eleitores, mas os iraquianos são um povo que gosta de ultrapassar os desafios", disse.
Cerca de 19 milhões de iraquianos foram chamados a eleger 325 deputados através de um sistema de listas abertas contendo os nomes dos candidatos propostos pelos partidos ou alianças políticas. Cada uma das 18 províncias é um círculo eleitoral, a que corresponde um número de deputados proporcional à população.
Concorrem 12 coligações e 74 partidos, sendo favoritas a "Aliança para o Estado de Direito", de Maliki, e a coligação não-sectária Movimento Nacional Iraquiano, dirigida pelo ex-primeiro-ministro, igualmente xiita, Iyad Alawi.
Estas são as segundas eleições legislativas para um mandato parlamentar completo desde a invasão do Iraque de 2003.