Terminou sem grandes avanços o primeiro encontro entre os EUA e a Rússia para tentar encontrar uma solução para a crise ucraniana. Enviado especial da ONU foi ameaçado por homens armados na Crimeia.
Corpo do artigo
Ao início da noite, o secretário de Estado americano afirmou aos jornalistas que o dia "foi muito construtivo", uma vez que as partes em conflito acordaram que o diálogo é a melhor saída para a crise.
John Kerry instou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Seguei Lavrov - com quem se encontrou em Paris - a negociar diretamente com a Ucrânia, solução que as autoridades de Kiev terão recusado. EUA, Rússia e Ucrânia deverão continuar as negociações durante esta quinta-feira.
Na Crimeia, o enviado especial da ONU, Robert Serry, foi ameaçado por homens armados pró-Rússia em Simferopol, capital daquela república autónoma ucraniana.
Segundo contou no Twitter o jornalista do canal de televisão britânico ITV, que acompanhava Robert Serry, o carro do enviado especial das Nações Unidas foi intercetado por homens armados quando aquele visitava as instalações da Marinha. Serry, que chegou na terça-feira, deu por terminada de imediato a sua missão.
Entretanto, de acordo com o jornal "Ukrainian Pravda", um tribunal de Kiev ordenou a detenção do primeiro-ministro da Crimeia, Serhiy Aksyonov, e o porta-voz do Parlamento local, Volodymyr Konstantynov, ambos pró-Rússia.
Forças russas terão assumido o controlo de duas bases de lançamentos de mísseis nucleares em Fiolent e Evpatoria, segundo a AFP.
Devido a este incidente e à escalada de violência por parte de forças pró-Rússia, as autoridades ucranianas decidiram aumentar as medidas de segurança nas centrais nucleares.
Entretanto, o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen anunciou a suspensão dos primeiros exercícios militares conjuntos com a Rússia, acordados antes da crise na Crimeia, e o Departamento de Estado americano anunciou que vai enviar mais seis caças para as patrulhas aéreas da NATO na Estónia, Letónia e Lituânia.
Em Lisboa, segundo a agência Lusa, cerca de 200 pessoas concentraram-se junto à embaixada da Rússia, empunhando cartazes onde se lia "Putin, nunca apanharás a Ucrânia" ou "Putin, mãos forada Ucrânia. Guerra Não".