Medicina interna, anestesiologia, psiquiatria, pediatria e ginecologia/ obstetrícia são as especialidades com mais vagas para a contratação de recém-especialistas para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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O concurso para os médicos que terminaram a especialidade na primeira época do ano - apontado pela ministra como uma das medidas para a atual crise das urgências de obstetrícia - tem 1636 vagas, das quais 1182 para os hospitais, 423 para os centros de saúde e 25 para a Saúde Pública.
Há mais vagas do que candidatos, uma estratégia para tentar atrair quem está fora do SNS, mas que tem tido poucos resultados. "Salvo alguns casos excecionais, o número de candidatos de fora do SNS é sempre muito baixo", afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.
Miguel Guimarães nota que os concursos são importantes, contudo "não são solução para os problemas do SNS". Até que porque, realça, "os médicos que se vão candidatar já estão a trabalhar como internos nos hospitais e centros de saúde".
Medicina Interna lidera
Segundo o despacho publicado em Diário da República, entre as mais de mil vagas abertas para os hospitais, 162 são para medicina interna, uma das especialidades mais presente nos serviços de urgência. Foram abertas, ainda, 86 vagas para anestesiologia, 75 para psiquiatria e 67 para pediatria. Para ginecologia/obstetrícia abriram 61 vagas e sabe-se que há apenas 25 recém-especialistas.
Com urgências a fechar e descontentamento geral, a dúvida que fica é como é que a ministra da Saúde vai atrair os restantes 56 obstetras que não tenham vínculo ao SNS.
"É pura propaganda", acusa o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos. "Se não conseguem fixar quem está no SNS, como vão atrair quem está fora?", questiona Jorge Roque da Cunha, considerando que "ou há má fé e com estes anúncios pretendem dizer que são os médicos que não aceitam as vagas ou há uma falta de planeamento atroz".
O diploma define, ainda, 432 vagas para Medicina Geral e Familiar, das quais 211 são para centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, 107 para o Norte, 60 para o Centro, 31 para o Alentejo e 23 para o Algarve. Na Saúde Pública, as 25 vagas são distribuídas pelo Norte e Lisboa (7 cada), Centro (5), Alentejo e Algarve (3 cada).