O ex-primeiro ministro social democrata Pedro Santana Lopes considerou hoje, sexta-feira, que a sugestão de Paulo Portas para a demissão do primeiro ministro e a formação de um Governo PS, CDS e PSD foi "um passo em frente", mas que vem tarde.
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"Acho que foi um passo em frente no sentido daquilo que já devia ter acontecido. Acho que é uma evidência que é preciso um Governo maioritário e hoje houve um líder de um partido que falou nisso", afirmou Santana Lopes à agência Lusa, à margem de uma tertúlia realizada quinta feira à noite subordinada ao tema "O papel do Presidente da República no sistema político português".
Durante o debate sobre o Estado da Nação, na quinta feira, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, pediu ao primeiro ministro, José Sócrates, que abandone o Governo e que seja formado um Executivo com os democratas-cristãos, PSD e PS.
Em resposta, Santana Lopes disse, no entanto, que talvez seja uma proposta tardia.
"Não sei se não vem tarde. As boas propostas também têm um tempo para se manterem boas. Já o deviam ter dito há mais tempo, agora as coisas já estão mais agudizadas", sustentou.
Pedro Santana Lopes lembrou ainda a posição do seu partido perante a sugestão do líder democrata cristão, que afirmou só assumir funções de Governo mediante a escolha dos portugueses.
"O PSD disse que só com eleições, mas acho que finalmente começam a chegar à conclusão daquilo que já escrevo há seis meses: Foi um erro crasso não se ter formado um Governo de maioria logo a seguir às legislativas", frisou o ex-governante.