O futuro da Dielmar, fábrica de confeções de Alcains, em Castelo Branco, será decidido em janeiro com a realização da assembleia de credores que votará as propostas que forem apresentadas ao gestor de insolvência, João Gonçalves, até ao próximo dia 20, em carta fechada e com caução, num montante que se desconhece.
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O desfecho da empresa têxtil, que pediu insolvência a 30 de julho e que fechou com a aprovação pelos credores a 10 de novembro, foi adiado pelo juiz do processo ao determinar o alargamento do prazo, no máximo de 90 dias, para que os interessados na retoma laboral pudessem apresentar propostas.
É que na reunião de credores de novembro, após decidido o encerramento, o Grupo Valerius apresentou um projeto de viabilização, trabalhado com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no valor de 250 mil euros, para adquirir a marca, empregar 200 pessoas (preferencialmente ex-trabalhadoras e inscritas no Centro de Emprego) e ficar com as matérias-primas. "Uma proposta válida por 30 dias", indicou na altura o chefe de operações do grupo, Nuno Marques. Nos dias seguintes, dois proponentes, que já estiveram nesta corrida aquando do processo de insolvência, pediram abertura de prazo para que outros interessados pudessem entrar na corrida.
A Outfit 21, de Leiria, veio manifestar interesse reforçado com a Via Veneto Roupas, Lda., credora da Dielmar, com uma proposta de 295 mil euros. Cláudio Monteiro, de Viseu, também surgiu com a pretensão de criar uma empresa com um capital de cinco milhões de euros para a operação.
O prazo para apresentação de candidaturas terminará a 20 de dezembro e devem partir de um valor de cerca de 650 mil euros, montante pelo qual foi avaliado, por um perito, o património da empresa. O procedimento tem agora outras regras: as propostas devem ser apresentadas em carta fechada acompanhadas de um cheque (caução). Caso a respetiva proposta não seja aprovada, a caução é restituída.
João Gonçalves terá ainda de propor uma data para a assembleia de credores, reunião esta que só será realizada em janeiro, por causa das férias judiciais.
"Prestações sem atraso"
Enquanto não se vislumbra futuro, as 245 trabalhadoras, cujos contratos de trabalho caducaram no dia em que os credores decidiram o fecho, ainda não receberam os subsídios de desemprego. A primeira prestação, conforme fonte da Segurança Social, deverá ser transferida entre "16 e 18" de dezembro, correspondente aos 20 dias de novembro. Quanto à prestação de dezembro, será paga a 28 deste mês. "O processo de atribuição de prestações não está atrasado. As inscrições seguiram um caminho normal", adianta a fonte.